Presidente de associação do segmento funerário convida Bolsonaro para ser coveiro por um dia e ver a realidade do setor
O presidente da Associação de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), Lourival Panhozzi, afirmou em entrevista à CNN Brasil na quinta-feira, 11, que o setor está à beira de um colapso e convidou o presidente Jair Bolsonaro para ser coveiro por um dia “para ter a real noção do que está acontecendo no Brasil”.
Coveiro – “O presidente Bolsonaro disse que não é coveiro, né? Convido-o a ser coveiro para ficar um dia numa funerária. Só um dia, para acompanhar as famílias que estão perdendo parentes, para ter a real noção do que está acontecendo no Brasil. Não estamos sepultando urnas, estamos sepultando pessoas”, afirmou.
Segundo Panhozzi, o crescente número de mortos pela Covid-19 e a falta de matéria-prima para produção de caixões está testando o setor funerário ao limite.
“Estamos à beira do colapso. É bom que a sociedade não teste nosso limite. Se chegarmos ao nosso limite, estaremos à beira do fim do mundo, a situação vai ficar muito crítica”, afirmou.
Números alarmantes – Panhozzi alerta para os números alarmantes da doença, que pelo segundo dia, na quinta-feira, 11, ultrapassou os 2,2 mil mortos por dia no País.
“É alarmante: se considerarmos que o número normal de óbitos no Brasil é 3.500 por dia e já passamos de 2.400 só de Covid-19. É inaceitável. A situação está num ponto muito crítico, nosso setor está sendo testado ao limite, várias regiões já estão trabalhando na capacidade máxima. Se não houver contenção de casos, teremos um cenário muito preocupante”, disse ele, clamando por uma ação nacional para contenção da doença.
Ainda segundo Panhozzi, os funcionários do setor estão trabalhando à exaustão. “Caixão não é nossa única preocupação. Hoje mesmo soltamos uma nota pedindo às funerárias que suspendam as férias de todos. Os fabricantes não estão conseguindo nem matéria-prima para produzir as urnas. A situação é alarmante. Esse descontrole precisa parar. Se não for cortado, em mais 30, 40 dias estaremos em uma situação muito difícil”, encerrou o presidente da Abredif.
Fonte: Plantão Brasil