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Por falta de segurança, Folha de S. Paulo e Globo deixam de fazer cobertura no palácio da Alvorada

O grupo Globo e o jornal Folha de S.Paulo anunciaram na segunda-feira, 25, que suspenderão temporariamente o plantão em frente ao Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente da República. O motivo é a crescente insegurança causada pela presença de militantes bolsonaristas – cada vez mais agressivos – no local.

A Globo declarou que “apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que são levados a ficar lado a lado com os jornalistas, apenas com uma grade entre os dois grupos, têm insultado de forma cada vez mais agressiva os profissionais de imprensa, de todos os veículos, que estão ali trabalhando”. A empresa comunicou sua decisão formalmente ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.

A Folha também questionou o GSI e a Secretaria Especial de Comunicação Social sobre a falta de segurança para os jornalistas, mas não obteve resposta. Segundo o jornal, a pretensão é de “retomar a cobertura no local somente depois das garantias de segurança aos profissionais por parte do Palácio do Planalto”.

Ofensas – As ofensas dos militantes pró-Bolsonaro têm se tornado frequentes, alimentadas pelo próprio presidente da República que, sempre que pode, aproveita os microfones para atacar os profissionais de imprensa. A retórica de Bolsonaro leva seus apoiadores ao entendimento de que qualquer crítica aos atos do governo seria parte de uma espécie de teoria conspiratória que visa tirá-lo do poder e implantar uma fantasiosa ditadura comunista no país.

Na segunda-feira, 25, os bolsonaristas hostilizaram os jornalistas que trabalhavam no local com gestos, gritos e xingamentos como “lixo”, “escória”, “safados”, entre outros.

A ação dos populares ocorreu pouco depois de Bolsonaro deixar o local, após ficar quase 16 minutos conversando com os simpatizantes e ter dito que não falaria com a imprensa. “No dia que vocês tiverem compromisso com a verdade, eu falo com vocês de novo”, disse o presidente, recebendo imediato apoio de alguns simpatizantes.

Na hora das agressões verbais, os manifestantes se uniram em coro para chamar a imprensa de “lixo”, enquanto outros gritavam e batiam no peito. “Nossa bandeira jamais será vermelha”, “fechada com Bolsonaro” e “Bolsonaro até 2050” foram algumas das frases ditas.

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