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Petrobras anuncia nova política de preços de combustíveis, abandonando a paridade de importação

A Petrobras divulgou hoje, terça-feira (16), sua nova política de preços de combustíveis, em substituição à Paridade de Preços de Importação (PPI), que determinava os reajustes da gasolina e do diesel com base em simulações dos custos de importação dos produtos.

O novo modelo deixa de considerar o custo de importação e passa a focar na busca por clientes e no custo de oportunidade de venda dos produtos, conforme já havia sido sinalizado pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates. A expectativa é que essa mudança contribua para a redução dos preços no país.

A Petrobras continuará acompanhando as cotações internacionais do petróleo e de seus derivados, mas afirma que os reajustes não terão uma periodicidade definida, “evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.

Em comunicado, Prates reforçou que essa estratégia comercial tornará a Petrobras mais eficiente e competitiva, permitindo uma atuação mais flexível para disputar mercados com seus concorrentes.

“Vamos continuar seguindo as referências do mercado, sem abrir mão das vantagens competitivas de ser uma empresa com grande capacidade de produção e uma estrutura de distribuição e transporte em todo o país”, afirmou o presidente.

A política da PPI foi implementada durante o governo de Michel Temer, como uma estratégia para proteger a estatal de interferências políticas, após um período de congelamento de preços que gerou grandes prejuízos para a companhia durante a campanha pela reeleição de Dilma Rousseff, em 2014.

No entanto, seus críticos argumentavam que essa política penalizava o consumidor ao repassar para o mercado interno custos como o transporte dos combustíveis até o país e as volatilidades do mercado internacional de petróleo.

No comunicado divulgado hoje, a Petrobras defende que a nova política “mantém um patamar de preço que garante a realização dos investimentos planejados no Planejamento Estratégico, com a premissa de manter a sustentabilidade financeira da companhia”.

“A Petrobras reforça seu compromisso com a geração de valor e com sua sustentabilidade financeira a longo prazo, mantendo sua atuação em equilíbrio com o mercado”, completou a empresa.

Os reajustes continuarão sendo definidos por um grupo composto por dois diretores e pelo presidente da estatal, com acompanhamento do conselho de administração, que atualmente está mais alinhado ao governo do que em gestões anteriores.

A empresa não divulgou uma fórmula de precificação dos combustíveis, mas afirmou que os valores serão definidos com base nas alternativas de suprimento, ou seja, a concorrência, e no custo de oportunidade, ou seja, qual seria o valor máximo pelo qual a estatal poderia vender o produto.

Claudio Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados, afirmou no comunicado que o modelo levará em consideração a participação da Petrobras e o preço competitivo em cada mercado e região

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