O pesquisador Haroldo Cilas Duarte Lima Júnior, egresso do Programa de Pós-Graduação em Física (PPGF) da Universidade Federal do Pará (UFPA), recebeu o Prêmio de Melhor Tese de Doutorado do Brasil em Astronomia & Astrofísica, concedido pelo Observatório Nacional (ON) em parceria com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Computação Científica (FACC).
A tese premiada, intitulada “Challenging the Kerr hypothesis with scalar fields, tidal forces and shadows”, foi orientada pelo professor Luís Carlos Bassalo Crispino e desenvolvida na UFPA, com parte da pesquisa realizada na Universidade de Aveiro, em Portugal, durante um ano de doutorado sanduíche. O estudo envolveu colaborações com pesquisadores do Japão, China e Portugal e teve como objetivo compreender melhor o funcionamento dos buracos negros, utilizando simulações computacionais para analisar a dinâmica de partículas e campos ao redor desses objetos cósmicos.
Descobertas da pesquisa
A pesquisa revelou que as sombras dos buracos negros – imagens formadas pela luz que orbita ao seu redor – podem variar significativamente dependendo das condições do ambiente, como a presença de campos magnéticos externos. Além disso, o estudo demonstrou que esses objetos podem ser confundidos com estrelas de bósons ou até mesmo buracos de minhoca, ampliando o conhecimento sobre a física gravitacional no universo.
Em 2023, a mesma tese já havia sido premiada com o Prêmio José Leite Lopes, da Sociedade Brasileira de Física (SBF), demonstrando sua relevância no campo da Física e da Astronomia.
Reconhecimento da pesquisa paraense
Haroldo comemorou a premiação e destacou a importância do reconhecimento nacional:
“Receber essa distinção do Observatório Nacional é uma grande satisfação e um marco na minha carreira. Esse prêmio mostra a qualidade da pesquisa desenvolvida na UFPA e dá visibilidade à gravitação no Brasil.”
O orientador, professor Luís Carlos Crispino, reforçou o impacto da conquista, ressaltando as dificuldades de realizar pesquisas desse nível fora dos grandes centros de ciência do país:
“Fazer ciência com poucos recursos já é desafiador, e alcançar esse reconhecimento mostra que conseguimos superar barreiras. Como ouvi recentemente: ‘O impossível fazemos com alguma frequência, milagre é um pouco mais difícil’.”



