Nesta semana mostramos que várias linhas de ônibus em Belém estão deixando de circular pelas ruas da cidade. A pandemia do coronavírus e os aumentos sucessivos dos combustíveis apenas aceleraram os problemas do transporte público na cidade.
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Não é preciso ser especialista para entender que temos um sistema tarifário defasado, um sistema arcaico de linhas, sem integração e concentrado em algumas avenidas da cidade, além do próprio sistema, feito por regime de autorização, sem cobranças de conceitos básicos de qualidade.
Com o último aumento, já se fala em nova tarifa acima de R$5,00. A última vez que Belém aumentou a passagem de ônibus foi em 2019. Em maio de 2019, o litro do diesel era R$ 3,34, com o último aumento o litro foi para R$ 6,30, o que representa defasagem de 88,6%.
O presidente da Setransbel, Paulo Gomes Fernandes, declara que um novo cálculo aponta que a tarifa de ônibus de Belém, nas condições atuais, deveria custar acima de R$ 5, caso seja mantido o modelo vigente, em que os custos das empresas, prioritariamente combustíveis e folha de pessoal, é pago inteiramente pelas passagens.
“Belém é uma das únicas capitais brasileiras em que o transporte não é subsidiado, junto a Acaraju e Porto Velho, apenas. Todas as outras têm algum subsídio. Isso significa que todos os gastos, que na maioria são para pagar o combustível e os funcionários, em torno de 80%, vem da tarifa. É importante frisar isso. A gente vem apelando para as autoridades para que sejam tomadas medidas urgentes. O colapso do sistema é iminente”, enfatiza.
O representante da Setransbel destaca também que, desde o início da pandemia, em março de 2020, a demanda de usuários caiu 25%. “Hoje estamos trabalhando com o número de 75% dos passageiros que tínhamos antes. Na minha opinião, os motivos são a interrupção presencial de universidades e escolas e, acredito, também a questão financeira das pessoas, também por conta da pandemia”, reflete.



