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Pará tem sete cidades entre as prefeituras mais ricas do Brasil

Belém, Parauapebas, Canaã dos Carajás, Marabá, Santarém, Ananindeua e Barcarena ultrapassaram R$ 1 bilhão em receita líquida em 2023. Destaque vai para Canaã, que tem uma das maiores arrecadações per capita do país.

O Pará emplacou sete municípios na lista das prefeituras com receita líquida superior a R$ 1 bilhão em 2023, segundo levantamento do Blog do Zé Dudu com base em dados enviados ao Tesouro Nacional. As cidades paraenses que figuram nesse seleto grupo são Belém, Parauapebas, Canaã dos Carajás, Marabá, Santarém, Ananindeua e Barcarena.

O estudo considerou os dados da Declaração de Contas Anuais (DCA) encaminhados ao Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), consolidando informações sobre receitas, despesas e desempenho fiscal dos municípios.

A capital paraense, Belém, lidera a lista estadual, com arrecadação de R$ 4,928 bilhões em 2023, ocupando a 20ª colocação nacional. Apesar do valor expressivo, Belém arrecadou menos que municípios de porte populacional muito inferior, como Maricá (R$ 6,599 bilhões) e Niterói (R$ 5,903 bilhões), ambos no Rio de Janeiro, impulsionados por royalties do petróleo.

Canaã dos Carajás: arrecadação bilionária por habitante

O maior destaque entre os municípios paraenses é Canaã dos Carajás. A cidade arrecadou R$ 1,953 bilhão no ano passado e apresentou um crescimento de 8,6% em relação a 2022, mesmo com uma inflação acumulada de 4,83% no período. Com cerca de 87 mil habitantes, Canaã registrou uma receita per capita de R$ 22.539 — a terceira maior do país entre os municípios bilionários, ficando atrás apenas de Saquarema (R$ 31.700) e Maricá (R$ 31.128).

O desempenho de Canaã supera, inclusive, diversas capitais estaduais. Sua receita é maior do que a de Macapá (R$ 1,893 bilhão) e Rio Branco (R$ 1,599 bilhão), e se aproxima da de Palmas (R$ 2,046 bilhões), mesmo com uma população muito menor. O município é impulsionado principalmente pelos royalties da mineração, já que abriga projetos de grande porte como o S11D, da mineradora Vale.

Parauapebas ainda é gigante, mas perde fôlego

Com R$ 2,675 bilhões em receita, Parauapebas permanece como a segunda cidade mais rica do Pará e ocupa a 49ª posição no ranking nacional. No entanto, o município perdeu força em comparação com anos anteriores. Em 2021, havia alcançado R$ 2,798 bilhões e figurava na 41ª posição. A arrecadação per capita de Parauapebas é de R$ 8.951 — mais que o dobro da média nacional, mas longe dos patamares de Canaã.

Barcarena entra para o clube dos bilionários

Pela primeira vez, Barcarena ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão em receita líquida, arrecadando R$ 1,054 bilhão. Isso representa um salto de quase 32% em relação a 2022, o maior crescimento percentual entre as bilionárias do país. Com cerca de 137 mil habitantes, Barcarena teve uma arrecadação per capita de R$ 7.675 — desempenho considerável, puxado por atividades industriais e portuárias.

Marabá e Santarém mantêm estabilidade

Marabá fechou o ano com R$ 1,476 bilhão em receita líquida e aparece em 104º lugar nacional. A arrecadação per capita do município é de R$ 5.117, praticamente o dobro da registrada em Ananindeua. Santarém, com R$ 1,428 bilhão, ocupa a 109ª posição, e sua receita por habitante é de R$ 3.996.

Ambos os municípios apresentam arrecadações consistentes, baseadas em uma economia diversificada, que inclui comércio, serviços, agronegócio e, no caso de Marabá, também mineração.

Ananindeua: arrecadação fraca em relação à população

Segundo município mais populoso do Pará, com mais de 508 mil habitantes, Ananindeua arrecadou R$ 1,332 bilhão e ficou na 121ª posição nacional. No entanto, apresenta um dos piores desempenhos per capita entre os municípios bilionários: apenas R$ 2.622 por habitante — valor inferior ao de cidades como São Gonçalo (RJ) e São João de Meriti (RJ), que ocupam as últimas colocações nesse quesito.

A falta de uma base econômica forte e diversificada é um dos fatores que explicam o baixo rendimento por pessoa. Apesar de estar localizada na Região Metropolitana de Belém, Ananindeua ainda enfrenta dificuldades para atrair investimentos e ampliar sua arrecadação própria.

Castanhal e outras fora do clube do bilhão

Fora do grupo das bilionárias, Castanhal aparece como a maior cidade paraense que ainda não ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão em arrecadação. Com 208 mil habitantes, o município arrecadou apenas R$ 760 milhões em 2023. No cenário nacional, Castanhal é uma das 11 cidades com mais de 200 mil habitantes que ainda não chegaram ao patamar bilionário.

Pará no cenário nacional

O Pará figura entre os estados com mais municípios bilionários, empatado com a Bahia, com sete cidades cada. Estados como São Paulo (48), Rio de Janeiro (18) e Minas Gerais (17) lideram o ranking. Ainda assim, a presença paraense demonstra o peso da mineração e da atividade portuária na economia estadual, especialmente no sudeste do estado.

A tendência é que novas cidades paraenses possam alcançar a marca de R$ 1 bilhão nos próximos anos, caso mantenham crescimento econômico e ampliem suas bases de arrecadação própria, seja via royalties ou fortalecimento do setor produtivo.

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