Portadores do vírus HIV e outros usuários do Centro de Testagem e Acolhimento (SAE/CTA) de Ananindeua denunciaram a falta de estrutura e de ética no atendimento do local. Entre as reclamações, destacam-se julgamentos morais feitos por profissionais de saúde.
Matheus Loura, de 26 anos, relatou ter sido alvo de discriminação ao solicitar a PEP (Profilaxia Pós-Exposição), medicamento usado para prevenir infecções como HIV, hepatites e outras ISTs. Segundo ele, uma enfermeira do centro afirmou: “Você vai contrair HIV se continuar a ter essa vida promíscua”, em tom julgador.
“Foi constrangedor. Precisamos de acolhimento e não de mais preconceito em um momento de vulnerabilidade”, desabafou Matheus, que formalizou a denúncia junto à Secretaria Municipal de Saúde de Ananindeua (SESAU).
Relatos de outros usuários
A postagem de Matheus nas redes sociais motivou outras pessoas a compartilharem experiências semelhantes de constrangimento ao buscarem assistência no SAE/CTA. Relatos incluem falta de acolhimento e atitudes moralistas por parte dos profissionais de saúde.
As denúncias também ressaltam dificuldades na obtenção de medicamentos e fragilidades na estrutura do atendimento, escancarando um problema maior no sistema de saúde municipal.
Posicionamento das autoridades
A Secretaria Municipal de Saúde de Ananindeua (SESAU) foi questionada sobre o caso, assim como o Conselho Regional de Enfermagem do Pará (COREN/PA), mas ainda não se manifestaram até o fechamento desta matéria.