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Outeiro: na gestão de Edmilson, povo pobre, negro e periférico não tem vez

O que já estava bem difícil, ficou pior ainda com a queda do trapiche de Icoaraci na manhã desta terça-feira (14). Principal porta de saída e entrada para os moradores do Distrito de Outeiro, em Belém, após a interdição da ponte, o novo problema impõe mais paciência e resiliência dos moradores.

As viagens por lanchas rápidas estão temporariamente suspensas e com isso, só sobram as travessias por balsas ou atravessar a ponte sob um calor amazônico que pode chegar a 40º de sensação térmica a depender do horário.

Sair de Outeiro pode demorar 1h se a pessoa usar o transporte coletivo interno (com ônibus precários), ir até o porto da Sotave, depois andar 2km a pé até o trapiche da Brasília, esperar a lancha chegar e sair até Icoaraci. Sem essa opção, sobram as balsas, que adiciona mais de meia hora de demora, pois além do passageiros a pé, ainda tem que esperar entrar carros, motos e caminhões até a balsa encher. Isso demora.

O mais irônico é que esse problema no trapiche de Icoaraci acontece dias após o prefeito fazer uma viagem ao México para participar de um evento sobre cidades inteligentes e lá vender Belém como uma cidade “inovadora”. A cidade inovadora que não consegue fazer o básico, nem no saneamento, nem na limpeza urbana, nem no transporte e muito menos fazer a manutenção de um mísero trapiche. Esse mesmo problema aconteceu em junho de 2021, portanto, não era novo.

Segundo usuários que usam a lancha rápida para Outeiro e das embarcações para Cotijuba, os riscos já vinham sendo denunciados para os órgãos competentes, porém, não foi levado a sério!

Na manhã desta terça-feira, repercutiram pelas redes sociais vídeos de pessoas humilhadas tendo que se sujeitar a pisar com os pés na água para poder sair ou entrar de Outeiro. Depois de um dia cansativo, de ter que enfrentar trânsito e ônibus precários, os moradores da ilha ainda contam com mais esse obstáculo. São 6 meses de humilhação e ausência da prefeitura. O povo pobre, trabalhador, negro e periférico da ilha de Outeiro, não tem vez na atual administração. O mundo criado pelo PSOL não ressoa na periferia verdadeira, de fato, mas se perde em discursos e termos modernos de gente que não consegue enxergar além de teorias ultrapassadas e acham que são donos do discursos e das decisões da periferia.

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