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Opinião: escolhas erradas afundam o Paysandu, comandado por um capitão perna de pau

O time até joga bem, mas não consegue colocar a bola na rede e isso não é falta de sorte

O Paysandu empatou mais uma na Série B e continua sem vencer na competição nacional. A zona de rebaixamento virou uma companhia constante, e o time segue com dificuldades para colocar a bola na rede. Mas a pergunta que ecoa entre vaias e palavrões nas arquibancadas é inevitável: tem culpado?

Em cenários assim, quando o time até se esforça mas a bola insiste em não entrar, há quem diga que o problema é a falta de sorte. Mas vamos falar a verdade: isso é uma grande mentira.

Os problemas do time são visíveis desde o início da temporada, ainda no Campeonato Paraense. E se for para apontar um responsável – e é possível fazer isso – o nome é Felipe Albuquerque. Depois de uma passagem desastrosa como executivo de futebol, em que montou um elenco fraco, saiu atirando, criticando o clube e a cidade.

Mas, como dizem por aí, “quem pode, pode”, e o cartola voltou. Resultado: um elenco montado com baixa qualidade e “enxuto”, segundo ele mesmo, e isso é responsabilidade do presidente Roger Aguilera. Márcio Fernandes, o técnico que livrou o time do rebaixamento no ano passado, também teve influência na formação do elenco, incluindo a contratação de Marlon, repatriado após cair com o Guarani para a Série C. Agora, corre o risco de repetir o feito – desta vez com o Paysandu.

E hoje? Quem são os culpados?

Luzinho Lopes tem se esforçado, às vezes até demais – em certos momentos parece querer jogar junto com o time – mas comete erros nas escalações e nas decisões, como no confronto contra o América-MG. Na ocasião, o Paysandu vencia por 2 a 0, mas recuou, chamou o adversário e acabou cedendo o empate. O treinador também insiste em manter Nicolas como referência no ataque, mas, se me permitem, a única referência que ele tem sido é a de um jogador que reclama o tempo inteiro e pouco entrega. Não finaliza, não dribla, não passa, não se sustenta… É como se o Papão entrasse em campo com um a menos.

Por outro lado, Benítez, antes alvo da torcida, tem mostrado entrega. Criou chances, correu, brigou, e tem sido reconhecido por isso – hoje é aplaudido. E com razão. Assim como Rossi, busca alternativas, tenta propor o jogo. Erra? Sim. Mas tenta.

É evidente que o time precisa de reforços, especialmente no ataque e no meio-campo — este último, completamente ineficiente. Giovanni, que chegou com a missão de ser o grande maestro da equipe, não deu liga. Fraco fisicamente e sem condições de começar jogando, está longe de cumprir o papel esperado.

A responsabilidade pela criação tem ficado com Matheus Vargas, um bom jogador, com técnica apurada, mas que atua mais recuado. Ele está mais para um armador que constrói o jogo desde trás, e não aquele meia decisivo do último passe, capaz de quebrar as linhas e deixar o atacante na cara do gol.

Em resumo, o treinador e jogadores têm responsabilidade sim na atual fase do clube, mas a diretoria, que centralizou as decisões na mão de Felipe Albuquerque, é a grande culpada da atual fase. Roger Aguilera escolheu mal.

Ainda dá

Mas se ainda há algo positivo em meio a tudo isso, é que o time ainda pode dar a volta por cima. Com a chegada do novo executivo de futebol, Carlos Frontini, a esperança de, pelo menos, sair da zona de rebaixamento e disputar a Série B novamente no próximo ano ainda existe.

Só que isso precisa começar “a partir de ontem”. O tempo está contra. Enquanto isso, ao torcedor, resta fazer o que sempre fez: apoiar. E ao Luizinho, cabe escalar melhor os seus 11 iniciais. A margem para erro está cada vez menor.

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