Coluna

O mentiroso precisa ter boa memória: um conselho à Sespa, Beltrame e Agência Pará

A Secretaria de Estado de Saúde (Sespa-PA) anda mais enrolada que briga de polvos. A cada novo escândalo surge com uma desculpa esfarrapada procurando inutilmente tapar o sol com a peneira para defender, a todo custo, o seu governador Helder Barbalho.

No episódio dos respiradores, a Secretaria veio a público dizer, inicialmente, que os aparelhos estavam funcionando de forma regular, antes que todos soubéssemos que nenhum dos respiradores comprados na China, efetivamente, chegara a funcionar.

Uma vergonha!!

Mais recentemente, na história da compra superfaturada das garrafinhas PET para envasilhar álcool 70%, veio com “uma”, de fazer Gepeto ficar sem graça. Virou até meme nas redes sociais.

Faço questão de lembrar. A Sespa disse que o valor de R$ 1,50 não era referente a uma garrafinha de 240 ml apenas, mas a um kit composto por “preformas com rosca 15g cristal finish, serviço de sopro, rotulagem de garrafa, tampas PCO28 perfil baixo (frete), rótulos 240, clichê para rótulo, caixa de papelão sob medida, clichê para caixa de papelão, fita adesiva para fechamento das caixas e logística de entrega local”.

Se você não entendeu muito bem ao que se referem alguns desses elementos do kit, não há problema, nem mesmo quem os criou, com maior desfaçatez do mundo, deve também saber do que se trata. Até porque essas descrições não constavam no termo de referência e só surgiram posteriormente para empurrar goela abaixo dos paraenses indignados.

Quando o escândalo, dessa vez das garrafinhas PET, veio à tona, o que disse em sua defesa nosso ilustre colecionador de arte, Alberto Beltrame, à Folha de São Paulo?

“Não assinei contrato nenhum”…..

E como poderia, Senhor Barão de Münchhausen? Uma das excrescências dessa contratação esdrúxula é que não houve nenhuma formalização do contrato. Por mais inacreditável que possa parecer, o Governo do Estado do Pará, contratou uma empresa que nunca fez nenhuma licitação, cuja proprietária, laranja, é uma empregada de serviços gerais, pagou a ela quase R$ 2 milhões em garrafinhas PET vazias de 240 ml e não formalizou nenhum contrato.

Se não está fácil de acreditar, não acredite, consulte a peça ministerial de Ação Civil de improbidade. Lá o promotor Daniel Azevedo deixa tudo às claras.

Mas ainda não acabou. A desculpa toda da compra das garrafas PET dada pela Sespa havia sido a necessidade e urgência dos recipientes para o envasilhamento de álcool em gel que tinha sido supostamente doado ao Governo do Estado, no mês de março, sem, contudo, jamais ter esclarecido a quantidade e nem a procedência desta doação.

Qual foi a minha surpresa ? A Agência Pará publicou matéria assinada pela jornalista Carol Menezes, no dia 29 de junho de 2020, com o título “Estado recebe 35 mil litros de álcool líquido para saúde e segurança”, cujo conteúdo panfletário anunciava, descaradamente, a chegada do tal álcool líquido 70% e que as garrafinhas, finalmente, estariam sendo envasilhadas.

Vejam só quanta cara de pau !!!!

Fica um conselho à Sespa, Beltrame, Agência Pará e outros mentirosos: o mentiroso, antes de tudo, precisa ter boa memória!!!!

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