O contingente de pessoas em situação de pobreza saltou de 25,32% em 2020 para 32,37% da população de Belém em 2021, é o que diz o estudo “Mapa da nova pobreza” elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O ano de 2021, primeiro ano do governo Edmilson Rodrigues, encerra uma trajetória de queda na taxa de pobreza na capital paraense, segundo a FGV. De 2019 para 2020 (primeiro ano da pandemia), a pobreza havia reduzido de 27,80% para 25,32%.
A pesquisa mostra que pouco mais de 480 mil belenenses estão em situação de pobreza, para uma comparação assustadora, isso é quase a população inteira da vizinha Ananindeua, na região metropolitana.
A FGV usa como referência o conceito do Banco Mundial para definir pobreza, isto é, pessoas com renda domiciliar per capita de US$5,5 mensais ou até 497 reais mensais.
A pobreza nunca esteve tão em alta em Belém quanto em 2021, desde o começo da série histórica em 2012. Os dados analisados pela FGV foram baseados usando os microdados da PNAD Continua Anual, disponibilizados pelo IBGE.
SEM POLÍTICA DE ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS, FICA DIFÍCIL REDUZIR A POBREZA EM BELÉM
Belém é uma das poucas capitais em que não há uma política definida para atrair investimentos privados e geração de emprego. A capital paraense tem o menor PIB industrial entre as cidades acima de 1 milhão de habitantes, indicando que este setor é altamente negligenciado pelas autoridades municipais, o abandono do Distrito Industrial de Icoaraci é um exemplo.
Aqui a Secretaria de Economia (SECON), ao invés de agir para criar um ambiente regulatório e fiscal salutar, age na verdade oprimindo pequenos comerciantes pelas ruas da cidade.
Além disso, regras do plano diretor urbano ultrapassadas e somadas ao índice altíssimo de domicílios sem títulos de propriedades, condenam milhares de famílias de Belém à pobreza.
Sem emprego, o jovem de Belém prefere migrar para São Paulo, Curitiba ou para alguma cidade de Santa Catarina.