CORONA VÍRUS

“Não compraremos vacina da China”, diz presidente Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro decidiu cancelar o acordo firmado pelo Ministério da Saúde para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, a vacina contra Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.

Veja aqui: Brasil anuncia que vai comprar 46 milhões de doses da CoronaVac

A reportagem do Poder360 apurou que Bolsonaro enviou mensagens a ministros com o seguinte teor: “Alerto que não compraremos vacina da China. Bem como meu governo não mantém diálogo com João Doria sobre covid-19“.

O presidente e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), são desafetos políticos.

Facebook – Bolsonaro também manifestou publicamente sua percepção negativa sobre a vacina chinesa. Em resposta a usuários do Facebook, o presidente reforçou que o Brasil não comprará o imunizante da China e falou até em “traição“.

Jair Bolsonaro em interação no Facebook

A decisão de Bolsonaro desautoriza o ministro Eduardo Pazuello (Saúde), que havia assinado o protocolo para a aquisição das doses na véspera (3ª feira, 20.out.2020).

O acordo previa a edição de Medida Provisória para disponibilizar crédito de R$ 1,9 bilhão para comprar as vacinas.

Entusiasta da CoronaVac, João Doria tem reunião nesta quarta-feira, 21, em Brasília, com o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres. A agência precisa autorizar o registro da vacina para que as doses possam ser disponibilizadas à população.

Lados opostos – Bolsonaro e Doria tem atuado em polos opostos e protagonizado embates durante a pandemia. O presidente é contrário às medidas mais restritivas para obrigar o isolamento social, enquanto o governador paulista estimulou ampla quarentena no estado mais rico do País. Os dois chegaram a bater boca publicamente em reunião realizada em março passado.

Nos últimos dias, Bolsonaro e Doria têm divergido também sobre a obrigatoriedade da aplicação da vacina assim que ela estiver disponível. O tucano diz que irá exigir a imunização em São Paulo. Já o presidente afirma que o Governo Federal não tornará a vacinação obrigatória e que cabe ao Ministério da Saúde recomendações dessa natureza.

Vacina – A vacina chinesa contra a Covid-19 está na 3ª e última fase de testes. De acordo com o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, a segurança da substância já está comprovada. Falta agora ter certeza sobre sua eficácia.

No início desta semana, autoridades paulistas apresentaram os resultados dos estudos mais recentes com a CoronaVac. Segundo os estudos, 35% dos 9 mil voluntários tiveram reações leves, como dor no local da aplicação, e nenhum efeito colateral grave durante os testes. O resultado significa que a vacina tem “excelente perfil de segurança“, de acordo com Dimas Covas. “É a vacina mais segura, no momento. Não no Brasil. No mundo“.

Os testes com a CoronaVac no Brasil são realizados desde julho com 13 mil voluntários em São Paulo e mais seis Estados, bem como no Distrito Federal. As doses são aplicadas em profissionais de saúde que atuam no combate à pandemia. Ainda neste mês, os testes serão expandidos também para idosos, gestantes e portadores de doenças preexistentes.

O Ministério da Saúde tem acordo para compra de imunizantes da AtraZeneca (Reino Unido) e também de adesão à aliança internacional Covax.

Pesquisa realizada em agosto pelo PoderData mostrou que as vacinas em desenvolvimento que mais inspiram a confiança dos brasileiros são as dos Estados Unidos.

São 26% da população os que dizem que preferem tomar a vacina norte-americana, caso várias sejam disponibilizadas. As vacinas chinesas foram a opção escolhida por só 8% dos entrevistados.

Entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (aqueles que consideram o governo “bom” ou “ótimo“), 40% dizem preferir tomar a vacina dos Estados Unidos, enquanto só 7% dizem querer o imunizante chinês.

Fonte: Poder 360

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