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Movimento ‘Raio que o Parta’: Resgate do modernismo paraense ganha força em iniciativa colaborativa

Em meio às ruas de Belém, no Pará, uma expressão única do modernismo brasileiro se revela nas fachadas de casas decoradas com cacos de azulejos coloridos, formando raios, setas e bumerangues. Este é o legado do movimento “Raio que o parta”, uma apropriação popular do modernismo, que agora está sendo meticulosamente mapeado e resgatado por um trio de arquitetas e urbanistas: Elis Almeida, Elisa Malcher e Gabrielle Arnour.

O movimento, que floresceu entre as décadas de 1940 e 1960, foi uma resposta das classes populares à onda modernista que varreu o país. Contudo, o desconhecimento sobre essa expressão levou à desvalorização e ao não reconhecimento como um patrimônio a ser preservado em Belém.

A Rede Raio que o Parta, iniciativa liderada pelas arquitetas, busca não apenas mapear essas expressões arquitetônicas únicas, mas também conscientizar sobre sua importância histórica e cultural. As casas adornadas com murais de azulejo são testemunhas de uma adaptação do modernismo paraense, onde a platibanda e os murais se tornaram parte integrante da arquitetura local.

A rede, que começou suas atividades em 2020, expandiu-se para a esfera digital com um perfil no Instagram, proporcionando uma plataforma para a difusão de informações e histórias relacionadas ao movimento. Por meio de fotos das casas mapeadas, a rede conecta moradores, artistas e admiradores, promovendo uma apreciação mais ampla da estética “Raio que o parta”.

Além de mapear as construções e suas histórias familiares, as arquitetas participam de eventos culturais, como o Circular, expondo as fotos e compartilhando a riqueza desse patrimônio. A visibilidade obtida nas redes sociais também atrai a contribuição da comunidade, fortalecendo a rede colaborativa.

Elis, Elisa e Gabrielle buscam não apenas preservar o legado arquitetônico do “Raio que o Parta” em Belém, mas também expandir seu reconhecimento para além da arquitetura. A estética única desse movimento pode transcender as fachadas das casas e ser incorporada em diversas expressões artísticas, promovendo uma conexão mais profunda com a identidade cultural da cidade.

Além disso, a rede almeja sensibilizar a classe política sobre a importância de políticas públicas de preservação não apenas para o “Raio que o Parta”, mas para o patrimônio material de Belém como um todo. O resgate desse movimento não é apenas uma celebração do passado, mas uma contribuição ativa para a construção de um futuro culturalmente enriquecido.

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