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Morre cantor de rock Ozzy Osbourne aos 76 anos

Vocalista do Black Sabbath, lenda do heavy metal, deixa legado com mais de 100 milhões de discos vendidos e meio século de história na música.

O mundo do rock está de luto. John Michael “Ozzy” Osbourne, conhecido mundialmente como o “Príncipe das Trevas” e vocalista da banda britânica Black Sabbath, morreu aos 76 anos nesta segunda-feira (22). A informação foi confirmada pela família em um comunicado oficial.

“É com mais tristeza do que meras palavras podem expressar que temos que informar que nosso querido Ozzy Osbourne faleceu nesta manhã. Ele estava com sua família e cercado de amor. Pedimos a todos que respeitem a privacidade da nossa família neste momento”, declarou a nota.

A causa da morte não foi divulgada, mas o cantor lutava há anos contra problemas de saúde, incluindo as consequências do Mal de Parkinson e dificuldades de mobilidade, que já haviam sido mencionadas por sua filha Kelly Osbourne em julho.


Despedida histórica em Birmingham

Pouco antes de sua morte, Ozzy se apresentou pela última vez em um show histórico com o Black Sabbath, em 5 de julho, em Birmingham — sua cidade natal e berço do heavy metal. O evento, chamado Back to the Beginning (“De volta para o começo”), reuniu dezenas de milhares de fãs e foi anunciado como a “última reverência” de Osbourne.

Foi a primeira apresentação completa do Black Sabbath em duas décadas, coroando uma carreira marcada por excessos, reinvenções e uma devoção inabalável dos fãs.


O Padrinho do Heavy Metal

Nascido em 3 de dezembro de 1948, em Aston, Birmingham, John Michael Osbourne cresceu em uma família humilde e disléxica, abandonou a escola aos 15 anos e chegou a cumprir pena por roubo antes de entrar para a história da música.

Em 1967, juntou-se a Geezer Butler, Tony Iommi e Bill Ward para formar o Black Sabbath. Com riffs pesados e letras sombrias sobre guerra, apocalipse e alienação, a banda criou o que muitos consideram o DNA do heavy metal.

O primeiro álbum, Black Sabbath (1970), foi gravado em apenas dois dias. O sucesso foi imediato, e o segundo disco, Paranoid, lançado ainda em 1970, alcançou o topo das paradas britânicas e firmou a banda como pioneira do gênero.

Mesmo após ser demitido do Black Sabbath em 1979 por conta de problemas com drogas e álcool, Ozzy reinventou sua carreira como artista solo, lançando 11 álbuns e hits como Crazy Train e Mama, I’m Coming Home. Ele retornou oficialmente ao Sabbath em 1997 e seguiu em turnês ocasionais com o grupo.

Ao todo, entre carreira solo e com o Sabbath, Ozzy vendeu mais de 100 milhões de discos, consolidando-se como um dos maiores nomes da história da música.


Polêmicas e o infame “morcego”

Além do talento e carisma, Ozzy ficou marcado por episódios controversos. O mais famoso aconteceu em 20 de janeiro de 1982, durante a turnê Diary of a Madman, quando mordeu a cabeça de um morcego no palco, em Iowa, acreditando que era de borracha.

O episódio virou lenda e perseguiu o cantor durante toda a vida. “Sempre me perguntam: ‘Qual é o gosto de morcego, Ozzy?’. É como a comida da minha sogra”, brincou em entrevista de 1987.

Seu histórico de abuso de drogas e álcool também foi amplamente documentado, incluindo episódios de violência doméstica e seu conturbado relacionamento com Sharon Osbourne, com quem foi casado por mais de quatro décadas. O casal, no entanto, transformou suas polêmicas em fenômeno midiático com o reality The Osbournes, que conquistou um Emmy em 2002.


Legado e prêmios

Apesar das polêmicas, Ozzy acumulou reconhecimento. Ele venceu um Grammy em 1993 pela música I Don’t Want To Change The World, foi incluído com o Black Sabbath no Hall da Fama do Rock and Roll em 2006 e segue sendo reverenciado como o “Padrinho do Heavy Metal”.

“Eu deveria ter morrido mil vezes, mas nunca morri”, disse o cantor no documentário God Bless Ozzy Osbourne, lançado em 2011. “Sou só um garoto da classe trabalhadora que largou a fábrica e foi se divertir”.

Ozzy deixa a esposa Sharon Osbourne, três filhos do primeiro casamento e três com Sharon — Jack, Kelly e Aimee — além de uma legião de fãs que o consagram como uma das maiores lendas do rock mundial.

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