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Morre, aos 91 anos, Ennio Morricone, compositor de lendárias trilhas sonoras do cinema

Roma (Itália) – O músico italiano Ennio Morricone, de 91 anos, teve complicações após sofrer um acidente doméstico e fraturar o fêmur. O compositor ganhou o Oscar de melhor trilha sonora em 2016 pelo trabalho no filme “Os Oito Odiados”, de Quentin Tarantino. Em 2007, Morricone já havia recebido um Oscar honorário por sua obra.

Morricone, maestro e compositor de trilhas sonoras que marcaram a história do cinema, morreu nesta segunda-feira, 6, na Itália.

Segundo a agência Reuters, o artista estava internado há alguns dias em uma clínica em Roma após sofrer uma queda e fraturar o fêmur.

Comunicado – Um comunicado divulgado por Giorgio Assuma, advogado e amigo do artista, informa que o maestro italiano morreu “nas primeiras horas de 6 de julho no conforto de sua família”. De acordo com a nota, Ennio Morricone “permaneceu lúcido e com grande dignidade até o fim” e “se despediu de sua amada esposa Maria”.

Morricone nasceu em 10 de novembro de 1928, em Roma, e começou a compor aos seis anos. Em 1961, aos 33 anos, estreou no cinema com a música de “O Fascista”, de Luciano Salce.

O compositor e maestro escreveu para outras centenas de filmes, programas de televisão, canções populares e orquestras, mas foi sua amizade com o diretor italiano Sergio Leone que lhe trouxe fama, com partituras para o gênero “spaghetti westerns” que consagrou Clint Eastwood na década de 1960.

Carreira – Entre as mais de 500 trilhas sonoras para cinema e televisão em seu currículo, há composições para filmes como “Três Homens em Conflito”, “A Missão”, “Era uma Vez na América”, “Os Intocáveis”, “Cinema Paradiso”, entre outros.

“A música de ‘A Missão’ nasceu de uma obrigação. Tinha que escrever um solo de oboé, se passava na América do Sul no século XVI, e tinha a obrigação de respeitar o tipo de música do período. Ao mesmo tempo, eu tinha que compor uma música que também representasse os índios da região. Todas as obrigações me prendiam (…) Mas também fizeram com que saísse algo claro”, recordou o compositor em uma entrevista à AFP em 2017.

Ao longo da carreira, Ennio ganhou dois Oscars e dezenas de outros prêmios, incluindo Globos de Ouro, Grammys e BAFTAs.

Oscar – Em 2007, recebeu um Oscar honorário por sua abundante e elogiada carreira musical. Na ocasião, segundo a agência Deutsche Welle, dedicou o prêmio à esposa Maria Travia, com quem era casado desde 1956 e considerava sua melhor crítica. “Ela não tem treinamento formal em música, mas julga meu trabalho como o público o faria. Ela é muito rígida”, contou.

Seu último Oscar foi em 2016, com a melhor trilha sonora original de “Os Oito Odiados”, de Quentin Tarantino. Segundo a agência Reuters, inicialmente, Ennio recusou o trabalho, mas depois cedeu, exigindo que Tarantino lhe permitisse uma “ruptura total com o estilo dos filmes ocidentais”.

Fonte: G1

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