Moradores protestam contra Helder por conta de atraso do hospital regional de Itaituba

Na última sexta-feira, 26, moradores da Itaituba, no Sudoeste do Pará, acenderam velas e colocaram cartazes em frente ao prédio do Hospital Regional construído pelo governo do estado na cidade. As velas simbolizavam cada uma das vítimas da Covid-19 na região enquanto que os cartazes homenageava suas memórias.
O protesto também foi para pressionar o governo do estado para que o hospital regional seja logo colocado para funcionar. O governador Helder Barbalho havia anunciado a inauguração do centro hospitalar para o dia 26 de julho. No entanto, a inauguração foi adiada para a primeira quinzena de julho, sem uma data específica definida.
Com pouca estrutura hospitalar e com casos de Covid-19 em alta, Itaituba e região ver o número de óbitos aumentar. O Tapajós não possui nenhum leito estadual para tratar pacientes com Covid-19.
O hospital do Tapajós deveria estar funcionando com 54 leitos clínicos e 20 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para atender seis municípios.
Sem estrutura, os moradores precisam se locomover até Santarém para buscar tratamento. Eles dizem ainda que quatro respiradores que seriam destinados ao município foram transferidos para leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Santarém e que o hospital de Itaituba não funcionaria com 100% da capacidade.

INDÍGENAS DA ETNIA MUNDURUKU TAMBÉM COBRAM FUNCIONAMENTO DO HOSPITAL DO TAPAJÓS
A situação crítica na região do Tapajós diante da precariedade do sistema de saúde local em meio à pandemia, também levou os indígenas da etnia Munduruku a protestarem contra o atraso nas obras do hospital regional.
A estrutura já está pronta, mas não tem central de oxigênio segundo a Secretaria de Saúde do Pará (SESPA). Sem o hospital, não há leitos estaduais nesta região do Pará.
“Até quando vai continuar essa novela da inauguração?”, diz o indígena Karo Munduruku.
E continua: “Enquanto isso, a população fica vendo seus entes queridos em estado grave sendo encaminhados para Santarém, até mesmo para Belém, sabendo que existe um hospital aqui que já poderia ser inaugurado, antes mesmo da pandemia”.
“O oeste também é Pará e o governo tem governado para Belém e região metropolitana. Isso está errado! Se for falar de economia, a região tem ajudado há bastante tempo no desenvolvimento econômico do estado”, cobra.
De acordo com Karo, o hospital “poderia ter evitado mais de 50 mortes que ocorreram na região e que ainda podem acontecer”, incluindo indígenas.



