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Maniçoba de Angola? Chef paraense rebate afirmação que a maniçoba não é prato típico do Pará

Vitor Porpino explica raízes históricas e culturais do prato típico do Pará após debate viral nas redes sociais.

O chef paraense Vitor Porpino utilizou as redes sociais para rebater comentários de internautas angolanos que afirmaram que a maniçoba, prato emblemático da gastronomia paraense, seria originalmente africano. O debate ganhou repercussão após a publicação de um vídeo sobre a maniçoba, que viralizou e provocou reações de usuários de Angola.

No vídeo de resposta, Porpino destacou que a mandioca, principal ingrediente da maniçoba, é uma planta nativa da América do Sul, cultivada há mais de 12 mil anos pelos povos indígenas da região. Ele explicou que o tubérculo foi levado para a África pelos colonizadores portugueses, onde se adaptou ao clima e se tornou um dos pilares da alimentação local.

Porpino enfatizou que a maniçoba paraense é preparada a partir da mandioca brava, uma variedade rica em ácido cianídrico que exige um processo de cozimento de sete dias para eliminar as toxinas e torná-la própria para consumo. Já o matapa, prato típico de Angola que muitos angolanos associaram à maniçoba, é feito com folhas de mandioca comum, um tipo menos tóxico que requer um preparo mais simples e rápido.

Reconhecimento da diversidade gastronômica

Embora tenha reafirmado as origens indígenas e amazônicas da maniçoba, o chef ressaltou a influência da diáspora africana na formação da cultura e culinária brasileira. Ele reconheceu a riqueza da gastronomia angolana e destacou que as similaridades entre pratos de ambos os países refletem a história compartilhada por meio do intercâmbio cultural provocado pela colonização portuguesa.

A maniçoba, muitas vezes chamada de “feijoada sem feijão”, é tradicionalmente preparada em grandes eventos e festas no Pará, como o Círio de Nazaré, e carrega consigo séculos de história e identidade amazônica.

VEJA VÍDEO:

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