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Mais de 50 pontes no Pará apresentam risco estrutural, aponta levantamento

Situação preocupa após desabamento de ponte no Tocantins, que deixou mortos e desaparecidos

O colapso da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na divisa entre Tocantins e Maranhão, ocorrido no último domingo (22), reacendeu o alerta para a precariedade das pontes nas rodovias brasileiras. Um levantamento realizado pela Folha de S. Paulo, com base em dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), revela que 56 pontes no Pará estão em condições classificadas como críticas ou ruins.

Esse número coloca o Estado entre os que apresentam maior quantidade de estruturas comprometidas, ao lado de Ceará (77), Pernambuco (60) e Minas Gerais (59). Nacionalmente, mais de 12,5% das pontes federais administradas pelo Dnit encontram-se em situação preocupante.

Impactos e riscos no Pará

No Pará, a precariedade das pontes é ainda mais grave devido à dependência das rodovias para o escoamento da produção agrícola, transporte de mercadorias e mobilidade de comunidades ribeirinhas. Entre os principais problemas encontrados estão fissuras, falhas em fundações, desgaste de sistemas de drenagem e exposição de armaduras, indicando a necessidade de intervenções imediatas.

“A situação das pontes no Pará representa um risco iminente tanto para a segurança de quem transita quanto para a economia da região, que depende dessas estruturas para o transporte de produtos”, alerta especialistas.

Tragédia no Tocantins expõe fragilidade

O desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek resultou em quatro mortes confirmadas e 13 desaparecidos, além de comprometer a ligação entre as regiões Norte e Nordeste. Três caminhões transportando ácido sulfúrico caíram no Rio Tocantins, causando contaminação.

Apesar de a ponte estar sob manutenção contratada pelo Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas (Proarte) entre 2021 e 2023, o colapso ocorreu. O Dnit lançou um edital em 2024 para investir R$ 13 milhões na reabilitação da estrutura, mas a licitação fracassou.

Precedentes preocupantes

Casos semelhantes ocorreram no Amazonas, onde duas pontes desabaram em 2022 no município de Careiro da Várzea, resultando em mortes e ferimentos. Até hoje, essas estruturas não foram reconstruídas.

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