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Macron critica acordo Mercosul-UE: “Loucura validar texto de 20 anos atrás”

Durante uma reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, o presidente da França, Emmanuel Macron, fez contundente crítica em relação ao possível acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Macron argumentou que o tratado está sendo negociado com base em um texto que remonta a duas décadas atrás, e que apenas sofreu “pequenas mudanças” desde então.

“Somos todos loucos, todos nós. Por que fazemos acordos comerciais hoje como fazíamos há 20 anos? Quero recordar aqui que esse texto da União Europeia-Mercosul é de um acordo negociado e preparado há 20 anos, estamos só fazendo pequenas mudanças. Somos loucos continuando essa lógica e paralelamente fazendo grandes reuniões do G20 e COP dizendo ‘nossa, o clima, a biodiversidade, vamos fazer isso, vamos fazer aquilo”, afirmou Macron.

As declarações de Macron vêm em meio a um contexto de proximidade entre ele e o presidente brasileiro, Lula, que têm compartilhado agendas conjuntas no Pará e no Rio de Janeiro. Apesar do clima amistoso entre os dois líderes, Macron não hesitou em criticar o acordo entre os blocos econômicos, ainda apoiado por Lula.

O presidente francês sugeriu que o acordo desatualizado contradiz os esforços para descarbonizar as economias e destacou a preocupação com os padrões ambientais, especialmente em relação ao desmatamento. Macron fez um apelo aos agricultores franceses, ressaltando a importância de manter padrões rigorosos em face das transformações históricas exigidas.

As afirmações de Macron ecoam o fato de que as negociações para o acordo entre Mercosul e União Europeia começaram em 1999, há 25 anos. Embora quase tenha sido concluído em 2019, o acordo ainda aguarda ratificação de ambas as partes.

Em resposta à posição francesa, Lula minimizou, ressaltando que o Brasil está negociando como parte do Mercosul, não individualmente com a França. Ele afirmou que qualquer disputa deve ser com os negociadores da União Europeia e não com o Brasil. Lula enfatizou que o Brasil continuará buscando um acordo benéfico para o Mercosul.

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