Nesta quarta-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu entrevista ao Uol, onde defendeu uma política tributária diferenciada para carnes, sugerindo que cortes nobres como picanha e filé mignon sejam taxados. Lula ressaltou a necessidade de mediar os interesses dos empresários e as demandas da população na reforma tributária em discussão.
“Nós estamos discutindo várias coisas. Vamos discutir na reforma tributária quais itens a gente quer que não pague imposto e quais a gente quer. Os empresários querem que a gente isente toda a carne. Acho que a gente tem que mediar”, afirmou o presidente durante a entrevista.
Lula argumentou que existe uma distinção clara entre as carnes consumidas pela população de maior poder aquisitivo e as carnes populares, sugerindo que a tributação deve refletir essa diferença. “Tem carne consumida por gente de padrão alto e a carne que o povo consome. Pode fazer a separação. Não vamos taxar frango, é o que o povo come todo dia”, explicou.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre a reforma tributária, aprovada em 2023, está em tramitação no Congresso desde abril de 2024. A PEC estabelece as regras gerais para os novos tributos e visa a transição para um modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA). De acordo com o cronograma do Ministério da Fazenda, a regulamentação da reforma será realizada entre 2024 e 2025, com a transição dos atuais impostos para o IVA prevista para 2026.