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Lula defende regulação da mídia: “Não é censura prévia”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender a regulação da mídia, caso seja eleito para mais um mandato presidencial. O petista, no entanto, disse não se tratar de “censura prévia” e afirmou que o tema seria debatido com toda a sociedade antes de ser encaminhado ao Congresso.

“Precisamos ter consciência de que é preciso regular, mas quem vai regular é o povo, não eu. Isso vai ter que ser um debate que você vai participar, vão participar os caras da Globo, vão participar os caras da Record. Não queremos regulação que interesse ao presidente, mas sim à sociedade brasileira”, disse em entrevista à Rádio Itatiaia, da região do Vale do Aço, em Minas Gerais.

Lula afirmou que a intenção é “efetivamente democratizar os meios de comunicação” e proibir que a imprensa digitalizada sirva como “uma base de construção de mentiras”. “Não quero ser manipulado por um computador, não quero me transformar em algoritmo. Nós queremos continuar sendo seres humanos, com sentimentos, afetos, solidariedade”, disse.

Segundo o ex-presidente, é preciso impedir que os veículos de comunicação e redes sociais sejam usadas para espalhar inverdades e ofensas. “O dono do Instagram não pode fazer o que ele quer, não pode ser um retransmissor de mentira porque ele quer ganhar dinheiro. Precisa respeitar as leis e não pode permitir que mentiras, inverdades, grosserias e ofensas façam parte da cultura brasileira. É isso que precisa ser regulado”, disse.

O tema é recorrente em discursos de Lula e o ajuda a se aproximar de seu eleitorado mais fiel.

As falas de Lula já foram usadas por seus adversários políticos como munição contra seus intuitos eleitorais. O presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, já disse que eventual regulação da mídia é uma ameaça à liberdade de expressão.

O texto das diretrizes programáticas de sua pré-campanha apresentadas na última segunda-feira (6) tangencia a questão sem mencioná-la explicitamente.

O partido afirma que “a liberdade de expressão não pode ser um privilégio de alguns setores, mas um direito de todos, dentro dos marcos legais previstos na Constituição, que até hoje não foram regulamentados, de modo a garantir princípios como a pluralidade e a diversidade”.

As diretrizes ainda serão discutidas com os outros partidos da coligação e podem ser modificadas. Há uma pressão de algumas dessas legendas, como o PSB, de amenizar o discurso para torná-lo mais palatável ao eleitorado de centro.

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