Lula admite dificuldades de infraestrutura para COP 30 em Belém: ‘Podemos ter problemas’
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu, em entrevista a agências internacionais, que o Brasil pode enfrentar desafios significativos para garantir a infraestrutura necessária à 30ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Clima, a COP 30, que ocorrerá em novembro de 2025, em Belém (PA). Este será o primeiro evento do tipo realizado em território amazônico.
“[…] Nós convocamos a COP na cidade de Belém, que é um lugar muito especial na Amazônia. É um lugar em que a gente pode ter problemas, porque não tem toda a estrutura que tem em uma cidade grande como Paris, como São Paulo, como Londres, como Madrid, como Nova York, não”, afirmou Lula. “Mas a gente vai fazer lá mesmo, que é para as pessoas sentirem como é que vivem as pessoas que moram na Amazônia”, completou.
As declarações foram feitas durante uma entrevista no Palácio da Alvorada, na segunda-feira (22), e divulgadas pelo governo na terça-feira (23). Lula destacou a importância de sediar a conferência na Amazônia para aumentar a conscientização sobre a vida e os desafios enfrentados pelos habitantes da região.
A COP 30 reunirá delegações de 197 países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, além de representantes da União Europeia, empresários, ONGs e governos subnacionais. O evento principal, que contará com a presença de chefes de estado e governo, acontecerá ao longo de uma semana, antecedido por meses de reuniões preparatórias.
Investimentos e preparativos
Em maio, a Itaipu Binacional, o governo do Pará e a prefeitura de Belém assinaram convênios que preveem um investimento de R$ 1,3 bilhão em saneamento básico e infraestrutura urbana. Estes recursos serão usados para construir 50 km de rede coletora de esgoto, 4,8 mil ligações de esgoto, pavimentar vias de acesso à COP 30 e adquirir equipamentos de controle de tráfego. Além disso, haverá ações ambientais e turísticas, como a implementação de parques urbanos e a revitalização do Complexo do Ver-o-Peso, uma das principais atrações da cidade.
O governador do Pará, Helder Barbalho, também enfatizou que a COP em Belém será diferente das edições anteriores em termos de luxo e infraestrutura. “Faremos a mais extraordinária COP de todos os tempos. Não queremos fazer a COP como fez Dubai. Quem queria hotel seis estrelas, quem queria prédio de 50, 70 andares, teve a oportunidade de viver a experiência no ano passado em Dubai. Quem quiser ver os grandes rios, as grandes árvores e os povos da floresta, será em Belém do Pará, a COP da floresta”, afirmou Barbalho.
