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Lula acolhe Maduro e ignora sofrimento dos venezuelanos

Em uma polêmica recepção no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acolheu o líder venezuelano Nicolás Maduro, causando indignação diante do sofrimento que os venezuelanos enfrentam em seu país. Enquanto Lula recebeu Maduro com honras militares, a Operação Acolhida, responsável por acolher os refugiados venezuelanos no Brasil, foi ignorada.

Desde junho de 2018, mais de 800 mil venezuelanos buscaram refúgio no Brasil, fugindo da fome e perseguições políticas em seu país de origem. De acordo com o órgão de refugiados da ONU, aproximadamente 7 milhões de pessoas já deixaram a Venezuela, sendo a maioria buscando abrigo na Colômbia devido à proximidade geográfica e ao idioma em comum. Aqueles que chegaram ao Brasil pela Operação Acolhida geralmente estão famintos, subnutridos e doentes, e precisam de cuidados médicos e assistência para recomeçar suas vidas de forma digna.

A atuação do Exército Brasileiro na Operação Acolhida é reconhecida como uma missão humanitária honrada, tendo proporcionado cuidados médicos, alimentação e encaminhamento para os estados brasileiros aos venezuelanos que chegam ao país. Por isso, foi surpreendente ver a solene guarda dos Dragões da Independência, do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, prestando honras ao líder venezuelano, que é apontado como o responsável pelo êxodo de seus próprios cidadãos.

A Venezuela, um país que já foi próspero e com a maior renda per capita da América Latina, sofreu uma drástica transformação sob o regime de Hugo Chávez e seu sucessor, Nicolás Maduro. A aplicação de políticas bolivarianas e uma versão sul-americana do marxismo levaram à destruição da economia venezuelana. Com altos índices de inflação, escassez de alimentos e medicamentos, além de graves violações dos direitos humanos, a população venezuelana tem enfrentado uma crise humanitária sem precedentes.

A criação da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) por Hugo Chávez, com o apoio de Lula, visava promover o marxismo na região. No entanto, a organização não sobreviveu às exigências democráticas do Mercosul, do qual o Brasil faz parte. A despeito disso, Lula parece não exigir a mesma democracia de líderes como Evo Morales, Daniel Ortega e Maduro, demonstrando uma postura contraditória.

Ao receber Maduro em Brasília, Lula busca fugir das questões internas que não consegue resolver e tenta estabelecer uma liderança externa. Viajando frequentemente para países como China, Japão, Europa e Estados Unidos, agora ele reúne líderes regionais para propor a paz no mundo e a bem-aventurança na América Latina. No entanto, sua influência no Congresso Nacional é limitada, e sua tentativa de liderança externa parece mais voltada à propaganda do que à solução dos problemas reais enfrentados pela população venezuelana.

Embora haja aplausos a Lula por alegar que há preconceito contra Maduro, a realidade do sofrimento dos venezuelanos não está em Brasília, na narrativa de Lula, mas sim em locais como Pacaraima, onde a Operação Acolhida demonstra diariamente as consequências desastrosas do governo de Maduro além da fronteira. A acolhida dos refugiados venezuelanos pelo Brasil é um exemplo de solidariedade e busca proporcionar uma vida digna para aqueles que tiveram que abandonar seu país em busca de sobrevivência.

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