Instituto Moreira Salles celebra 50 anos de carreira do fotógrafo paraense Luiz Braga com exposição inédita
Mostra reúne 258 fotografias, sendo 190 inéditas, com foco na vida cotidiana e nas paisagens da Amazônia, especialmente da Ilha do Marajó

A riqueza visual e a potência narrativa da Amazônia ganham destaque na exposição Arquipélago Imaginário, que celebra os 50 anos de trajetória do fotógrafo paraense Luiz Braga. A mostra entrou em cartaz no último sábado (12) no Instituto Moreira Salles (IMS), em São Paulo, reunindo 258 imagens — 190 delas inéditas — que retratam a vida nas margens dos rios amazônicos e o cotidiano de seus habitantes. O foco principal está na Ilha do Marajó, território que ocupa papel central na obra do artista.
Luiz Braga nasceu em Belém, em 1956, e teve contato com a fotografia ainda na adolescência. Ao longo de cinco décadas, construiu um trabalho visualmente marcante, caracterizado por cores vibrantes, luz natural e composições que exploram a intimidade da vida ribeirinha, das festividades populares e da paisagem amazônica. Suas imagens retratam trabalhadores, moradias, procissões religiosas, gestos e expressões culturais da região Norte com olhar sensível e engajado.
A curadoria da exposição, assinada por Maria Luiza Meneses, destaca o percurso artístico do fotógrafo nas últimas décadas, com ênfase no Marajó como território de pesquisa visual. “A identidade cultural da região Norte aparece nas cenas do trabalhador cotidiano, nas casas ribeirinhas, nas procissões do Círio de Nazaré, nos espaços de intimidade e, especialmente, em um grande núcleo dedicado à Ilha do Marajó”, explica a curadora.
Além das fotografias, a mostra propõe uma imersão na poética construída por Luiz Braga, reforçando a importância da imagem como forma de valorização das culturas amazônicas. A exposição também resgata a trajetória do artista na transição da fotografia em preto e branco para a explosão de cores que se tornou uma de suas marcas registradas a partir dos anos 1980, influenciada pela luz equatorial e pelos tons presentes na vida cotidiana da Amazônia.
Arquipélago Imaginário é uma oportunidade de contato direto com uma produção que resiste ao apagamento cultural do Norte brasileiro, frequentemente invisibilizado nos grandes centros do país. A mostra pode ser visitada gratuitamente até o dia 31 de agosto, na sede do IMS na Avenida Paulista, em São Paulo.