O povo Gavião, da Terra Indígena Mãe Maria, no sudeste paraense, fechou a rodovia BR-222 na manhã de quarta-feira, 15, em apoio aos indígenas que estão ocupando o prédio da Seduc em Belém, desde terça-feira.
Sem diálogo com o Governo do Estado, o movimento indígena segue uma agenda de requerimentos quanto à Lei 10.820, aprovada no ano passado, e destaca que as reivindicações seguirão até que eles sejam ouvidos e tenham em mãos a revogação da lei.
Integrantes de diversas etnias do Pará se mobilizam contra o desmonte da educação indígena, que suspende o Serviço Modular da Educação Indígena (Somei) e o substitui por monitores com aulas EAD.
Entre os mais de 50 povos que habitam o Estado, há diversos sem acesso à energia elétrica, à internet e há alguns nem falam a língua portuguesa. “Suspender o Somei é decretar anos de retrocessos aos povos originários paraenses”, destacam os indígenas.
Movimentos sociais – Diversos movimentos sociais chegaram ao prédio da Seduc, na manhã desta quarta-feira para se juntar ao movimento Indígena na ocupação da sede da Secretaria, mas eles foram barrados na entrada do prédio, assim com a imprensa que, em vão, tenta acessar o local desde o início da manifestação.
Com muitos cartazes que contém palavras de ordem, os manifestantes entoam gritos e declaram que “Educação não é mercadoria”. No meio da tarde, uma coletiva de imprensa convocada pelos manifestantes foi realizada, mas com uma grade separando jornalistas e entrevistados.
A ocupação não tem prazo para ser encerrada e só terá fim com a revogação da Lei 10.820. De manhã cedo, o prédio teve luz e água cortados novamente, mas foram que religados por volta das 9h. Muitos veículos de imprensa e indígenas têm acompanhado o caso para além da imprensa local em Belém.
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