POLÍTICA

Helder define exoneração de Beltrame, o colecionador

Por Ronaldo Brasiliense

Esta vai ser uma semana de definições no governo Helder Barbalho (MDB), com a possível exoneração, a pedido, do enrolado secretário de Saúde Alberto Beltrame, alvo de duas operações da Polícia Federal nos últimos 15 dias.

Helder ainda reluta em demitir Beltrame para não parecer que está entregando às feras da PF seu secretário importado do Rio Grande do Sul, juntamente com o não menos enrolado Peter Cassol, em cuja casa a Polícia Federal encontrou R$ 748 mil acondicionados numa caixa térmica. A PF investiga a origem do dinheiro, pois sabe que Cassol certamente não ganhou em sorteio do Carimbó da Sorte.

Os federais também investigam o espantoso patrimônio de Alberto Beltrame, o Colecionador, em cujo apartamento em Porto Alegre (RS) foram encontradas telas de renomados pintores brasileiros avaliadas, inicialmente, em R$ 40 milhões, uma coleção capaz de deixar o MASP enciumado.

Alberto Beltrame está sendo investigado no Pará devido à sua participação no chamado Escândalo dos Respiradores Chineses: Helder Barbalho negociou diretamente com um amigo, pelo whatsapp, da empresa SKN, a compra de 400 respiradores mecânicos, por R$ 50,4 milhões – cada unidade saiu por R$ 126 mil, quase o triplo do preço de respiradores similares no mercado nacional.

O caldo engrossou e virou escândalo nacional quando chegaram a Belém apenas 152 dos 400 respiradores, todos imprestáveis para o combate à pandemia do novo coronavirus.

Acuado, Helder Barbalho começou então a mexer no tabuleiro de seu desgoverno, tentando limpar a área, com a nomeação para a poderosa Casa Civil do ex-deputado estadual Iran Lima (MDB), que teve seu mandato cassado por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por improbidade administrativa.

Para um governo como o do Helder Barbalho, que sofreu três operações da Polícia Federal em quinze dias, a nomeação de Iran Lima tem tudo a ver.

O filho do notório Jader Barbalho também deslocou o antigo chefe da Casa Cívil, Parsifal Pontes – também alvo da Operação Para Bellum, da Polícia Federal – para o comando da Secretaria Desenvolvimento, Mineração e Energia e garantiu a nomeação do então auditor-geral do Estado, Giuseppe Mendes, rebaixado para a presidência do problemático Igeprev, o Instituto de Previdência do Estado.

Aposentadoria precoce

Ainda não se sabe o que motivou Helder Barbalho a rebaixar o Torquemada de seu governo, o advogado de campanha eleitoral Giuseppe Mendes.
Desde o início do governo Helder, Mendes vinha usado braços e pernas da Auditoria Geral do Estado (AGE) para perseguir desafetos do governador, chegando ao absurdo, como se juiz fosse, de pedir a prisão do ex-governador Simão Jatene.


No ostracismo, agora, longe dos holofotes que tanto gosta, que o Torquemada Papa-Chibé do governador descanse em paz.

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2 Comentários

  1. E quanto ao Hospital de Campanha que seria feito na Igreja Centenário, na Aug. Montenegro.?. Também merece investigação todos esses gastos!

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