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Helder Barbalho veta projeto que criaria Política dos Atingidos por Barragens no Pará

Política Estadual de Direitos para Pessoas Atingidas por Barragens no Estado do Pará foi vetada, na íntegra, pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). O projeto de lei fora aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) foram informados do veto na sexta-feira, 14.

O projeto de Lei 16/2019 de autoria do deputado Carlos Bordalo (PT) instituiria o primeiro marco regulatório da mineração de um estado no Brasil.

Iury Paulino, da coordenação do MAB, considera a posição do governador um grande golpe para as pessoas afetadas pela atividade da mineração, hidrelétricas e outros empreendimentos, que precisam de uma resposta do poder público.

“É um tema que levou muito tempo de debate. Escutamos muitos especialistas e, principalmente, a população atingida. Então, é um tema de grande relevância para o estado do Pará para tratar essa questão crônica dos problemas das populações atingidas pelos grandes empreendimentos”, afirma.  

Barragens – O texto previa normas para organizar, regular e nortear a execução de ações de proteção social voltadas à garantia de direitos e de condições dignas de vida para a população direta ou indiretamente atingida pela construção de barragens, assim como busca também estabelecer formas de monitoramento e avaliação. 

Veto – No Diário Oficial do Pará, Helder justificou o veto dizendo que “nos termos do artigo 108 §1°, da Constituição Estadual, resolvi vetar integralmente, por inconstitucionalidade formal (vício de iniciativa), o Projeto de Lei n°16/19, de 10 de junho de 2020 (…). Isso porque, a pretexto de criar uma política pública, acaba por impor atribuições diversas à Administração Pública e dispor sobre organização administrativa, assim operando indevida ingerência na atividade tipicamente administrativa e adentrando em esfera que se submete a iniciativa do Chefe do Poder Executivo”.

O MAB anuncia que vai se articular para entender o real motivo do veto, mas suspeita que pode ter sido também por pressão do setor empresarial, de energia e das próprias mineradoras. 

“Acima de tudo o governador demonstrou uma falta de compromisso com o povo do Pará, especialmente com o povo atingido”.

Barragens – O Pará possui atualmente 99 barragens cadastradas, dessas seis apresentam altos níveis de risco.

Iury Paulino, do MAB, afirma que – mesmo após o veto – o movimento continuará lutando pela criação de um marco regulatório para a atividade da mineração. 

“Fazendo isso, você avança na garantia de direitos para essas populações, como avança também na segurança institucional para esses empreendimentos, que querem fazer a coisa da maneira correta”, disse ele.

Fonte: Brasil de Fato

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