OPINIÃO

Helder Barbalho e a sina do governador que nunca sabe de nada

Por Eduardo Cunha

Nos últimos dias, assisti a um vídeo em que o governador do Pará, Helder Barbalho, era entrevistado pela jornalista e secretária de Cultura do estado, Úrsula Vidal, sobre o Projeto de Lei 701/2024. Entre outros pontos, o projeto propunha a reestruturação da administração pública estadual, incluindo a extinção de órgãos como a Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa) e a Fundação Cultural do Pará. Durante a entrevista, Barbalho afirmou que o erro estava nos estudos realizados pela Secretaria de Planejamento, ou seja, ele não sabia de nada.

Confesso que duas coisas me chamaram a atenção. A primeira foi a rara oportunidade de ver um líder tão seguro de si — e que se posiciona como exemplo de sustentabilidade para o mundo — se encontrando em uma situação de tamanha fragilidade.

Nada contra, na verdade, sou totalmente a favor de que os homens assumam suas vulnerabilidades e medos. Melhor isso do que anos de terapia.

A segunda surpresa foi descobrir que a jornalista e secretária de Cultura, Úrsula Vidal, não apenas está viva, mas, vejam só, continua trabalhando.

Agora, é preciso destacar um comentário do deputado estadual Bob Flay, feito na tribuna da ALEPA, sobre o “PL do Magistério”, que, segundo ele, o governador sequer conhecia. Ou seja, o projeto de lei foi feito sem qualquer conhecimento por parte de Helder Barbalho.

Sem querer gerar conflitos desnecessários, mas não posso deixar de acreditar que uma pessoa pública com tamanha popularidade e responsabilidades deveria contar com uma assessoria mais eficiente. Afinal, essa não é a primeira vez que nosso governador se vê “enganado”. Explico.

Esse não parece ser o único caso em que Helder Barbalho demonstra desconhecimento. Quem se lembra da polêmica envolvendo a lei das Fake News? Nosso querido governador, logo após sancionar o projeto, afirmou publicamente que não o sancionaria. A lei, além de apresentar diversas irregularidades jurídicas, foi claramente criada com o intuito de perseguir adversários políticos. E quem a redigiu? O atual prefeito de Belém, seu primo.

Outro episódio, quase esquecido pela maioria, é o caso em que o celular do governador que foi “furtado” — justo pouco antes de a Polícia Federal recolher seu aparelho para investigar suas supostas conversas com o responsável pela venda de um respirador de brinquedo. Esse episódio, no mínimo curioso, levanta mais perguntas do que respostas sobre assessoria e segurança do governador.

Não sei vocês, mas, como disse a cantora Manu Bahtidão, o Pará realmente está na moda. No entanto, parece que nosso amado e idolatrado governador poderia se beneficiar de uma assessoria mais competente. O que vocês acham?

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