O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta 5ª feira (6.ago.2020) que o governo quer retomar o ajuste fiscal no próximo ano, com redução drástica dos gastos públicos. Segundo ele, a ampliação de despesas neste ano para combater os efeitos econômicos da pandemia é justificável, mas não devem ser permanentes.
O governo irá desembolsar 11% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020 em programas contra a crise. O deficit fiscal seria de 1% do PIB neste ano. “Em 2021, voltamos à trajetória fiscal e reduziremos drasticamente o gasto”, afirmou o ministro, em evento promovido pela FIL (Fundação Internacional para a Liberdade). A instituição é presidida pelo escritor peruano Mario Vargas Llosa.
Guedes e a equipe econômica são pressionados para aumentar os gastos com obras públicas e programas sociais. O ministro disse que está buscando remodelar o Bolsa Família e criar o Renda Brasil. Outros programas seriam extintos. A intenção é melhorar a eficiência desses repasses sem elevar o custo fiscal.
Ao longo do ano, são previstos R$ 509 bilhões para financiar investimentos em hospitais e o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 reais. O programa beneficia mais de 65 milhões de pessoas e ajudou a irrigar a economia. Custou até agora R$ 148,9 bilhões, segundo o painel de monitoramento de gastos contra a covid-19.
Esses custos foram todos transformados em dívida pública, que atingiu R$ 4,39 trilhões em junho e deve chegar a 98,2% do PIB em 2020.
Não há estimativa de que o país tenha saldo positivo entre receitas e despesas (superavit primário) durante o governo de Jair Bolsonaro. O mercado financeiro espera que ao menos o ritmo da dívida pare de crescer nos próximos anos.
No seminário, Guedes citou novamente que deve apresentar ao Congresso a proposta de privatização de 3 ou 4 grandes companhias. Não falou o nome delas.
Fonte Poder 360