Nesta sexta-feira, o governo federal anunciou o adiamento da aplicação das provas do Concurso Nacional Unificado (CNU) em todo o Brasil. O exame, conhecido como “Enem dos Concursos”, estava originalmente agendado para domingo, 5 de maio. A decisão foi motivada pela situação de calamidade pública decorrente das intensas chuvas que assolam o estado do Rio Grande do Sul, onde já se contabiliza o trágico número de pelo menos 31 vítimas fatais.
O adiamento afeta um total de 2,14 milhões de inscritos, distribuídos em 228 municípios brasileiros. Entre esses, 80.348 candidatos (4,3% do total nacional) estão registrados para realizar as provas em 10 municípios gaúchos (3,7% do total), conforme dados do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.
A decisão do governo gerou críticas, especialmente devido à falta de previsão no edital do concurso para situações de desastres naturais. Enquanto o edital apenas menciona um possível reembolso para os candidatos afetados por esse tipo de ocorrência no dia da prova, não há estipulação para uma eventual reaplicação, seja em nível local ou nacional.
As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o domingo, 28 de abril, levaram o governador Eduardo Leite a decretar estado de calamidade pública na quarta-feira, 1º de maio. Segundo Leite, esse desastre natural pode se tornar o maior da história da região em termos de perdas materiais. O reconhecimento do estado de calamidade pelo governo federal ocorreu na quinta-feira, 2 de maio.
Além disso, o governador gaúcho alertou a população em relação ao vazamento da barragem 14 de julho, que colapsou. Embora tenha assegurado que não ocorrerá uma “enxurrada” sobre os municípios, ele recomendou que os residentes em áreas de risco de inundação busquem pontos mais elevados ao longo do curso do rio e deixem suas casas, se necessário.