A Globo, maior emissora de TV do Brasil, foi obrigada pela Justiça a recontratar um funcionário que estava em tratamento de câncer e foi demitido durante um período de demissões iniciado em março deste ano. O caso foi julgado pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), a maior instância da Justiça trabalhista do país.
O profissional, que é radialista e trabalhava no núcleo de segurança patrimonial da Globo desde 2014, foi diagnosticado com câncer maligno no estômago em 2016 e deu início ao tratamento no hospital Sírio-Libanês, conveniado da emissora e um dos mais capacitados para lidar com a doença no Brasil.
Após informar a doença para seus superiores e avisar que teria limitações para cumprir suas funções por causa do tratamento, o trabalhador foi demitido pela Globo, interrompendo o tratamento que fazia com o plano de saúde naquela ocasião. Revoltado, decidiu entrar na Justiça imediatamente.
No fim de 2018, ele foi reintegrado pelo desembargador Antero Arantes Martins, do TRT-SP (Tribunal do Trabalho de São Paulo), que considerou a demissão discriminatória. Junto com a reintegração, a Justiça também determinou que a Globo pagasse R$ 50 mil de indenização por danos morais.
No entanto, durante o período de demissões iniciado em março deste ano, a Globo demitiu novamente o radialista, que continuava em tratamento de saúde no hospital Sírio-Libanês e tinha uma liminar favorável à sua permanência em vigor. O câncer em tratamento apresentava alto risco de recorrência, segundo relato do oncologista Eduardo Pfiffer, do hospital Sírio-Libanês, que cuida do profissional.
Com base nisso, o TST determinou na quarta-feira (19) a reintegração imediata do radialista, com garantia do emprego enquanto portador da doença, sob pena de incorrer nas cominações fixadas na tutela de urgência. A Globo terá que cumprir a ordem da Justiça e recontratar o profissional.