O Festival Aceita, realizado em Belém, de 23 a 25 de agosto, foi fonte de grandes confusões e de fracasso de público. O evento, promovido pela produtora paraense – e não do Sul e Sudeste como muita gente falou -, Criattiva & Cavallero, é de Lany Cavallero e Cássio Nogueira, este, paraense de Capanema, mas que há muitos anos trabalha em Brasília-DF, atuando junto ao PT, principalmente e por isso mesmo com altíssimo trânsito nos gabinetes refrigerados da capital federal.
O Aceita começou já de pé esquerdo, quando não aceitou credenciar alguns jornalistas de Belém, dando prioridade aos “de fora”. Os “de fora” de Belém, convidados, não conseguiram chegar à cidade, porque as passagens aéreas, simplesmente, não existiam.
No sábado, 24, a equipe de cobertura de fotografia e de mídias sociais pediu demissão em massa. Muito cachês não foram pagos, não havia onde guardar equipamentos dos profissionais. Toda a equipe do desfile de moda, que fazia parte da programação, fez um protesto no palco, cobrando cachês. Dois artista que iriam se apresentar do Aceita e já estavam em Belém decidiram não fazer seus shows. A assessora de comunicação do evento também abandonou o barco.
O fracasso de público foi tão grande que no último dia do Aceita, a produção deu milhares de ingressos de graça – que originalmente custavam R$ 140,00 -, era só acessar o site da Sympla e retirar o ingresso.
O festival teve patrocínio do Nubank, por meio da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, com quase R$ 3 milhões; do Ministério do Turismo, dos Correios, como R$ 190 mil; e do Sebrae, em valores totais que podem chegar a quase R$ 5 milhões ou mais.
O Aceita prometeu “milhões” e entregou “centavos”, e nem a primeira apresentação no Brasil de Billy Potter, cantor, ator e dançarino americano, fez com que a mídia e o público local e nacional comprasse a ideia de um festival que iria celebrar a “hidrossolidariedade”, a Amazônia, a COP 30 e a comunidade LGBTQIA +.
O site falou com os produtores Lany e Cássio, solicitou um posicionamento – eles ainda não falaram nada sobre o assunto, até agora, quase uma semana depois do início do festival. E eles se limitaram a dizer: “Todas as questões relativas ao Festival Aceita serão respondidas por meio da nota oficial do evento”, mas não disseram quando essa nota será divulgada. “Até o final de semana”, disse Cássio, muito vagamente.
O site falou também com a assessoria de comunicação do Ministério do Turismo – que tem como titular o paraense Celso Sabino e que esteve presente no primeiro dia do festival. A assessoria não mandou resposta, até o fechamento desta edição.