A Federação Internacional de Natação (Fina) anunciou no domingo, dia 19, a decisão de barrar a participação de atletas transgênero das competições de elite em categorias femininas caso tenham passado por alguma das etapas da puberdade masculina. A mesma decisão já havia sido tomada pela Federação de Ciclismo no dia 16 passado.
Para que possam entrar nas competições femininas, conforme as novas regras, as atletas precisam ter feito a transição de gênero até os 12 anos de idade.
A mudança foi definida durante o congresso geral extraordinário da Fina, em Budapeste, onde acontece o campeonato mundial de natação. Aprovada com 71% dos votos dos 152 membros da federação, foi descrita pela entidade como “apenas um passo em direção à total inclusão” de atletas transgênero.
Categoria aberta – Em paralelo, a federação informou que vai criar uma categoria aberta para atletas trans. Mais cedo, os membros da Fina haviam discutido as conclusões do relatório de uma força-tarefa sobre o tema composta por figuras importantes do mundo da medicina, do direito e do esporte.
“A abordagem da Fina na elaboração desta política foi ampla, baseada na ciência e na inclusão. E, mais importante, enfatizando a equidade competitiva”, declarou Brent Nowicki, diretor-executivo do órgão.
O presidente da federação, Husain Al-Musallam, afirmou que a organização está tentando “preservar os direitos de nossos atletas de competir”, mas também “proteger a equidade competitiva”.
Ciclismo – A mudança vem na esteira de uma decisão semelhante anunciada na quinta-feira, dia 16, pela União Ciclística Internacional (UCI), entidade reguladora do ciclismo. O esporte também limitou o espaço para participação de atletas trans nas competições, dobrando o período de tempo para que uma atleta trans possa competir depois de concluída sua transição de gênero.
A regra anterior estabelecia que os níveis de testosterona da atleta deveriam estar estáveis em patamar inferior a 5 nanomoles por litro por um período de 12 meses antes da competição. Com a mudança, o nível de testosterona permitido caiu para 2,5 nmol/L e o período de tempo dobrou para 24 meses.
O debate em torno da participação de atletas trans nas competições de esportes aquáticos ganhou os holofotes com o caso da americana Lia Thomas.
Em março, Thomas se tornou a primeira nadadora transgênero a ganhar um título na liga universitária dos Estados Unidos com uma vitória nas 500 jardas livres femininas.
Thomas nadou pela equipe masculina da Pensilvânia por três temporadas antes de iniciar a terapia de reposição hormonal em 2019. Desde então, quebrou recordes com a equipe de natação da universidade.
Fonte: Yahoo Esportes