CRIME

Extradição de autor do ataque à sede do Porta dos Fundos é iniciada na Rússia

Apontado pela polícia como um dos autores do ataque à sede da produtora de vídeos Porta dos Fundos, no bairro Humaitá, na Zona Sul do Rio de Janeiro, em dezembro do ano passado, o empresário Eduardo Fauzi Richard Cerquise, de 41 anos, foi preso na manhã de sexta-feira, 4, na Rússia, por agentes da Interpol .

O nome do empresário estava na Difusão Vermelha da instituição desde janeiro. Segundo a Polícia Federal, ele foi preso no Aeroporto Internacional de Koltsovo, em Ekaterinburg, região da Sverdlovsk. O Itamaraty já iniciou os trâmites do pedido de extradição.

Defesa – A defesa do empresário diz, no entanto, que Fauzi não foi preso, conforme informado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. “Ressaltamos que não trata-se de prisão e sim de uma apreensão realizada pelas autoridades russas, visando a averiguação da situação dele. Não há confirmação sobre o procedimento de extradição pela autoridades brasileira”, afirmou por meio de nota.

Ainda de acordo com a defesa de Fauzi, há no Superior Tribunal de Justiça (STJ) um pedido habeas corpus, que aguarda julgamento, e que a decretação da prisão não se sustenta “por total ausência de provas sobre a justa causa penal”.

Com 20 anotações anteriores em sua ficha criminal, Fauzi foi reconhecido por investigadores em vídeos de uma câmera de segurança durante o ataque na madrugada do dia 24 de dezembro. Ele aparece em Botafogo, bairro vizinho ao Humaitá, enquanto desembarca e retira uma fita que protegia a placa do carro utilizado no atentado. A polícia acredita que ele dirigia o veículo utilizado na ação envolvendo, pelo menos, outras quatro pessoas, que jogaram bombas de coquetel molotov na entrada da produtora.

Rússia – Em entrevista, dias após embarcar para a Rússia, Fauzi assumiu a autoria do crime e disse que iria pedir asilo naquele País. Ele também declarou que soube com antecedência sobre a expedição de um mandado de prisão contra ele.

“Achavam que fui muito estúpido para não cobrir o rosto e não alterar a voz, mas fui conectado o suficiente para ser avisado do mandado a tempo de viajar para fora do País”, justificou Fauzi à época ao site do projeto Colabora.

Ataque – Questionado sobre os objetivos do ataque à época, Fauzi, que é filiado ao PSL, disse que agiu apenas por motivação política. Na entrevista e em um vídeo divulgado na semana em que chegou à Rússia, ele demonstrou insatisfação com o especial de Natal do Porta dos Fundos – “A Primeira Tentação de Cristo” -, na qual Jesus Cristo foi retratado como homossexual.

O empresário tem mulher e filho em Moscou e viajou para a capital russa três vezes ao longo do ano passado. O tratado bilateral de extradição Brasil-Rússia exige a decretação da prisão ou uma condenação de pena privativa de liberdade pela Justiça. O empresário tem um pedido de prisão feito pela Polícia Civil do Rio, no dia 30 de dezembro.

Câmeras – Policiais da delegacia de Botafogo conseguiram identificar Fauzi como um dos autores do ataque à produtora Porta dos Fundos por ter sido flagrado por câmeras de segurança, depois de descer do veículo usado na fuga, momentos após a ação.

Para identificar o suspeito, os policiais analisaram gravações de mais de 50 câmeras de segurança. O delegado Marco Aurélio Ribeiro, na época titular da 10ª DP, informou durante as investigações que seis dias depois do crime a polícia conseguiu na Justiça um pedido de prisão e de busca e apreensão em endereços ligados a Fauzi.

Foram apreendidos R$ 119 mil em dinheiro, uma arma falsa, um computador e uma camiseta de um grupo de militância política.

Fontes: Último Segundo e Agência Globo

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