EUA retiram tarifas extras de produtos brasileiros e liberam lista de itens excluídos do tarifaço
Decisão de Washington anula a cobrança adicional de 40% para diversos produtos do agronegócio e insumos brasileiros, válida de forma retroativa a 13 de novembro de 2025.
Os Estados Unidos anunciaram, na quinta-feira (20), a retirada de tarifas adicionais aplicadas desde julho a produtos brasileiros. O tarifaço elevava em 40% a taxa de importação de itens agrícolas e insumos. A mudança foi divulgada após a publicação de uma nova ordem executiva do presidente Donald Trump, que revisa trechos do Decreto 14323 e ajusta condições das negociações bilaterais com o Brasil.
A retirada das tarifas vale de forma retroativa a partir de 13 de novembro de 2025, às 00h01. O governo norte-americano informou que empresas que pagaram a cobrança extra desde julho poderão solicitar reembolso. A medida complementa outro anúncio feito em 14 de novembro, quando os EUA já haviam flexibilizado tarifas recíprocas de 10% relacionadas ao déficit comercial.
Entre os produtos brasileiros que deixam de ser atingidos pelo tarifaço estão carnes bovinas, café, cacau, frutas frescas e congeladas, vegetais, especiarias, produtos de moagem, sucos e fertilizantes. Minérios, óleos minerais e peças aeronáuticas também foram retirados da lista de sobretaxas. Setores como máquinas agrícolas, veículos, autopeças, aço, têxteis, químicos específicos e calçados continuam sob a alíquota adicional.
Produtos brasileiros excluídos da tarifa de 40%
1. Carne bovina e miúdos: carcaças, cortes com ou sem osso, miúdos, línguas, fígados e carne bovina processada.
2. Vegetais e tubérculos: tomates, jicamas, breadfruit, chuchu, brotos de bambu, castanhas-d’água, mandioca, taro e yautia.
3. Frutas e nozes: cocos, castanhas-do-Brasil, castanha de caju, bananas, plátanos, abacaxis, abacates, goiabas, mangas, laranjas, mamões, kiwi e durian.
4. Frutas tropicais congeladas: bananas, plátanos, maçã-de-caju, coco, mamão, abacaxi, manga e outros itens processados.
5. Café, chá e mate: café verde, torrado, descafeinado, cascas, substitutos, chá verde, chá preto e mate.
6. Especiarias: pimentas, páprica, pimenta-da-jamaica, baunilha, canela, cravo, noz-moscada, coentro, cominho, anis, funcho, gengibre, açafrão e cúrcuma.
7. Produtos de moagem: farinhas, sêmolas, pó de raízes, farinha de banana e amido de mandioca.
8. Cacau e derivados: grãos, pasta, manteiga, óleo e cacau em pó.
9. Sucos e preparações: pastas, purês, coco, palmito, polpas, sucos de laranja e cítricos, água de coco e misturas.
10. Fertilizantes: orgânicos, ureia, sulfato, nitrato de amônio, superfosfatos, produtos fosfatados, potássicos, MAP, DAP e misturas.
11. Outros: feijões Bambara, copra, sementes de papoula.
12. Processados específicos: corned beef, mangas conservadas e óleo essencial de laranja.
Segundo autoridades dos EUA, novos ajustes tarifários podem ocorrer conforme o andamento das negociações com o Brasil. O Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Agricultura monitoram os impactos das mudanças e acompanham a situação dos setores que permanecem sujeitos às tarifas adicionais.
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