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Estudantes do Marajó criam app para autismo e vencem prêmio nacional com intercâmbio nos EUA

Jovens de Soure e Chaves, no Pará, desenvolveram aplicativo para auxiliar crianças com TEA e foram destaque na Brazil Conference, em Boston

Quatro jovens estudantes da Ilha do Marajó, no Pará, emocionaram e impressionaram o Brasil ao vencerem a 7ª edição do Desafio Tack, uma competição nacional de inovação voltada a alunos da rede pública. A equipe criou o “My Tea”, um aplicativo que auxilia na rotina de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e foi premiada com um intercâmbio para os Estados Unidos, participando da 11ª edição da Brazil Conference, em Boston.

Maria de Lourdes Ferreira, Yuri Souza, Ana Beatriz Favacho e Jorge Nakabayashi, com idades entre 14 e 17 anos, representaram o Pará com orgulho. A vitória não só rendeu reconhecimento nacional e internacional, como também se tornou um divisor de águas na trajetória dos estudantes.

“Já fui pra escola até montada em búfalo. Sou do interior, estudei em escola pública e fui criada pelos meus avós. Esse prêmio mudou minha vida”, disse Maria de Lourdes, que sonha em cursar medicina.

Para Ana Beatriz, aluna da Escola Stella Maris, em Soure, a conexão com o território foi essencial. “O Marajó me formou. Tudo o que faço tem a cara dessa ilha. A cultura e a natureza daqui me inspiraram”, contou.

O aplicativo “My Tea” tem recursos como jogos educativos, músicas, desenhos e um sistema de recompensas virtuais. O diferencial está na função que ajuda pais e cuidadores a localizarem profissionais especializados — como psicólogos, fonoaudiólogos e cabeleireiros — em áreas remotas.

“Durante o desenvolvimento, ouvimos relatos de famílias que enfrentam muitas dificuldades para encontrar atendimento. Pensamos numa ferramenta acessível que pudesse fazer diferença na vida dessas pessoas”, explicou Ana Beatriz.

O Desafio Tack reuniu mais de mil alunos de escolas públicas de todo o Brasil. Segundo Michele França, gerente da JA Rio de Janeiro, responsável pela competição, o grupo marajoara se destacou pela criatividade e impacto social do projeto. “Eles mostraram não só talento, mas também o poder da juventude da Amazônia.”

A experiência nos EUA deixou marcas profundas nos estudantes, que agora sonham com estabilidade, carreira pública e transformação social. “Mais do que um prêmio, foi uma porta aberta para o mundo”, finalizou Ana Beatriz.

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