Entenda por que Joelma não participa nem faz menção ao Círio de Nazaré.

Apesar de ser uma das principais representantes da cultura paraense na música brasileira, a cantora Joelma tem uma relação distante com o Círio de Nazaré, uma das maiores manifestações religiosas do país, realizada anualmente em Belém, sua terra natal. A razão dessa distância está ligada à sua fé: Joelma é praticante da religião evangélica, especificamente da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o que gerou repercussão nas redes sociais após sua participação no programa “Domingão do Huck”, da Rede Globo, no último domingo (13).

Durante o programa, ao ser questionada sobre o Círio, a artista afirmou: “Sou de outra religião, adventista do sétimo dia, mas tenho muitos amigos católicos”. A declaração foi interpretada por alguns internautas como desnecessária e desencadeou uma série de críticas.

A relação de Joelma com a cultura Paraense

Conhecida por exaltar as tradições do Pará em sua obra, Joelma recentemente viralizou com a música “Voando pro Pará”, na qual celebra pontos turísticos, a culinária e a cultura do estado. No entanto, sua relação com o Círio de Nazaré, um dos maiores eventos culturais e religiosos do Pará, é mais complexa. Embora o Círio transcenda o aspecto religioso e seja um símbolo da cultura paraense, unindo música, gastronomia, artesanato e fé, Joelma opta por não participar diretamente da festividade devido às suas convicções religiosas.

A fala de Joelma no “Domingão do Huck” provocou reações intensas nas redes sociais. Muitos internautas questionaram a postura da cantora em um momento em que o apresentador Luciano Huck promovia o evento religioso, que é também um marco cultural do estado.

“Joelma podia ter ficado calada né? Respeita o Círio, mulher. Isso também é CULTURA da sua terra, independente de religião”, comentou um usuário do Twitter. Outro acrescentou: “Sua religião não te deu nada. Você é reconhecida por ser paraense, não cantora gospel”.

Embora tenha reforçado que mantém respeito pela fé católica e pelos amigos que participam do evento, sua declaração foi vista por alguns como uma oportunidade perdida de unir religião e cultura em um momento de celebração para os paraenses.

Apesar da polêmica, a postura de Joelma também abre espaço para uma discussão mais ampla sobre como artistas que seguem diferentes crenças religiosas podem lidar com eventos culturais de forte apelo religioso em suas regiões. O Círio de Nazaré, embora seja uma celebração católica, tornou-se uma expressão cultural que vai além da religião, integrando todos os aspectos da vida paraense.