Em 2021, obras do BRT Belém ficaram paralisadas e sem perspectivas de conclusão
A novela das obras do BRT Belém continua por mais um ano. Dessa vez, no entanto, sem nenhuma perspectiva quanto a continuidade do projeto, já que a prefeitura de Belém ignorou completamente esse assunto em 2021.
As obras do BRT iniciaram em 2012, no último ano do mandato do ex-prefeito Duciomar Costa. Desde então, o BRT tem sido sinônimo de confusão, dor de cabeça e frustração para a população de Belém. O projeto começou sem projeto, é até irônico, mas foi assim, Duciomar iniciou copiando o BRT de Curitiba, sem nenhum planejamento e adequação quanto à realidade de Belém. Os tubos curitibanos chegaram a ser instalados na avenida Almirante Barroso.
As obras chegaram a ser paralisadas pelo Ministério Público, assim como apareceram indícios de irregularidades e desvios do ex-prefeito Duciomar Costa e da empreiteira Andrade Guitierrez. Desse período apenas o meme do Obama prosperou.
O projeto foi readequado na gestão de Zenaldo Coutinho, ficando com a “cara” que tem hoje. Além disso, houve a elaboração de um projeto para a avenida da Augusto Montenegro. Depois disso, adequações foram feitas de modo que o projeto na avenida ficou mais simples e mais oneroso. Um exemplo, são as passagens de níveis na entrada do Satélite/Tapanã, retiradas do projeto original e trocadas por “sinais”, atrapalhando o trânsito nesta área e diminuindo a eficiência do BRT, que tem que fazer sucessivas paradas, da frente do Conjunto Tapajós até a frente do supermercado Nazaré.
Além disso, a urbanização da avenida Augusto Montenegro não foi toda concluída, a nova drenagem só foi feita no trecho inicial, do Entroncamento até o estádio Mangueirão. Neste trecho foram feitos também calçadas e ciclovias.
No resto da avenida, porém, apenas alguns pequenos trechos receberam urbanização completa, mas na maior parte nada aconteceu, ficando valas gigantescas com esgoto a céu aberto, ausência de calçadas e ciclovias, mato, lixo e água empossada por causa da falta de drenagem.
Em 2020, a prefeitura anunciou um financiamento de R$120 milhões pela Caixa econômica para concluir as obras de urbanização da avenida. A prefeitura chegou a lançar o edital de licitação, todavia, a equipe de transição do atual prefeito Edmilson Rodrigues foi à justiça para cancelar a licitação.
A ação obteve êxito, mas até o momento, a equipe atual ainda não deu nenhuma informação sobre a continuidade dessas obras e para onde foram os R$120 milhões.
O fato é que, além da visual feio que está avenida Augusto Montenegro, a falta de infraestrutura faz com que vários ciclistas e pedestres tenham que transitar pela pista do BRT, aumentando a probabilidade de acidentes fatais.
Sem o BRT funcionando plenamente, o que já foi feito vai se deteriorando. O terminal do Mangueirão,por exemplo, virou um grande elefante branco. Já os terminais do Tapanã e Maracacuera, percebe-se, claramente, que foram mal dimensionados e que trarão problemas quando o BRT estiver em sua capacidade plena.
Já uma das estações do BRT em São Brás, virou abrigo para morador de rua, ponto de tráfico de drogas e banheiro público a céu aberto. Na estação da Tavares Bastos, parte da estrutura está danificada há bastante tempo, sem que nada fosse feito para ajeitar.
