“Edmilson nos traiu e será tratado como traidor”, diz associação dos concursados do Pará
Parece que a lua de mel entre a Associação dos concursados do Pará (Asconpa) e o prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) chegou ao fim. A relação já vinha demonstrando desgastes públicos, conforme mostramos aqui outras vezes.
Portanto, era só questão de tempo para oficializar o rompimento, afinal, diferente da campanha à prefeitura de Belém em 2020, quando prometeu outra postura para com os concursados, Edmilson vem demonstrando, na prática, que não está muito a fim de ouvi-los.
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A associação publicou um texto em suas redes sociais com o título “A decepção dos concursados com o novo governo de Edmilson Rodrigues em Belém: indiferença, descaso, desprestígio e vergonha” onde faz uso de adjetivos fortes para descrever o tratamento do governo Edmilson aos concursados municipais.
A Asconpa inicia destacando que não está atrelada a nenhum partido ou governo, seja de esquerda ou de direita, no entanto, cita que alguns de seus dirigentes estão alinhados ideologicamente aos partidos da base do governo municipal, bem como, alguns são filiados ao PSOL, mesmo partido do prefeito.
“Desde quando organizamos este movimento, em 2009, sempre agimos de forma coerente e transparente, ao lado dos nossos associados, enfrentando gestões públicas neoliberais e, portanto, defensoras da privatização dos serviços públicos, através da sua terceirização e precarização”, diz um trecho do texto.
Apesar das expectativas em relação ao novo governo, a associação se diz decepcionada. “No entanto, após seis meses da gestão à frente da Prefeitura de Belém, Edmilson ainda não deu um único sinal de respeito a nossa luta, tendo recebido o grupo de aprovados no concurso público promovido pela Semob, apenas porque havia a ameaça de fechamento da Avenida Nazaré, onde está situada a sede da Prefeitura”, relata.
Devido a essa má vontade de Edmilson, que teria se mostrado insensível e apático a causa dos concursados, em reunião nesta quarta-feira, 28,decidiu deliberar para que seja implementada forte campanha contra o governo municipal. “Edmilson nos traiu e será tratado como traidor“, destaca.
Por medo de retaliações, pois 11 dos 16 dirigentes são servidores municipais, não serão revelados os nomes dos participantes da reunião, exceto do presidente da Asconpa, figura pública já conhecida.
” Não temos partido, nem defendemos governos. Somos defensores dos direitos dos concursados”, finaliza a nota.
VEJA A NOTA COMPLETA:
A decepção dos concursados com o novo governo de Edmilson Rodrigues em Belém: indiferença, descaso, desprestígio e vergonha.
A Associação dos Concursados do Pará não pertence a nenhum partido político e muito menos a governo, seja ele de esquerda e muito menos de direita.
Somos uma instituição livre de donos. Mas temos lado, o lado dos concursados, isto é, de homens e mulheres que sonham em entrar para o serviço público pela porta da frente, através de concurso público, como efetivos.
Estamos presentes em todos os órgãos da administração pública, nas três esferas de poder (executivo, legislativo e judiciário), tanto municipal, quanto estadual e federal. E cumprimos com as nossas obrigações, apesar das desfavoráveis condições de trabalho e salariais.
Desde quando organizamos este movimento, em 2009, sempre agimos de forma coerente e transparente, ao lado dos nossos associados, enfrentando gestões públicas neoliberais e, portanto, defensoras da privatização dos serviços públicos, através da sua terceirização e precarização.
Com a chegada de Edmilson Rodrigues à Prefeitura de Belém, vislumbramos uma outra postura em relação à nossa causa, dado a diversos fatores, entre eles o caráter ideológico dos partidos que compõem o governo, além da filiação dos principais dirigentes da nossa associação no PSOL, partido do qual faz parte também o prefeito Edmilson.
No entanto, após seis meses da gestão à frente da Prefeitura de Belém, Edmilson ainda não deu um único sinal de respeito a nossa luta, tendo recebido o grupo de aprovados no concurso público promovido pela Semob, apenas porque havia a ameaça de fechamento da Avenida Nazaré, onde está situada a sede da Prefeitura.
Aliás, antes não os tivesse recebido. Na reunião, Edmilson se mostrou insensível e, conforme relato da maioria dos membros da comissão presentes a esta reunião, antipático.
Em seis meses, Edmilson teve centenas de reuniões com Hélder Barbalho, mas sequer tem recebido os movimentos sociais, se portando pateticamente, como celebridade nos vídeos que publica nas redes sociais.
Em seis meses, o governo de Edmilson ainda não sinalizou à população de concurseiros (estudantes e cursos preparatórios, por exemplo), no sentido de lhes dar a segurança da realização de novos certames.
Em seis meses de gestão, pelo menos dois concursos suspensos em vista da pandemia, Semad e Semec, sequer foram analisados para que os inscritos fossem informados sobre o que a Prefeitura pretende fazer.
Edmilson age da mesma forma indelicada como agiam Zenaldo e Jatene, respectivamente prefeito de Belém e governador do Pará, ambos do PSDB, partido de linha neoliberal e, portanto, indiferente ao debate com os movimentos populares e contrários à concurso público.
Em vista do que foi exposto, a direção da ASCONPA, em reunião ocorrida remotamente, na tarde desta terça-feira (28), decidiu implementar forte campanha crítica a este governo municipal de Belém, denunciando todas as mazelas que chegarem até nós. Edmilson nos traiu e será tratado como traidor.
Decidimos também, de comum acordo, entre os dirigentes, não revelar os nomes dos participantes da reunião, uma vez que, dos 16 membros, 11 são servidores municipais e temem retaliações. Apenas o presidente, cuja figura pública é amplamente conhecida, terá o seu nome divulgado.
Não temos partido, nem defendemos governos. Somos defensores dos direitos dos concursados.