
A diretora-executiva da COP 30, Ana Toni, afirmou em evento realizado em Londres que o diálogo sobre mudanças climáticas não deve ser restrito às conferências anuais. Segundo ela, “não devemos esperar uma COP para começar a implementação”.
A executiva destacou que o modelo atual precisa ser ampliado. “A ideia de ir de COP em COP, ano a ano, esperando que as conferências sejam balas de prata para a transição não é mais verdade. Há muitas coisas que precisamos começar a fazer agora para que as COPs se transformem em momentos de troca e responsabilização pelo que cada um faz em seu país”, afirmou.
Ana Toni também ressaltou a importância de levar as discussões climáticas para diferentes setores da sociedade.
“A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Clima e as COPs são os pilares que nos mantêm no caminho, mas precisamos ir além do Acordo de Paris para ter essa conversa. Ao invés de levá-los às COPs, os debates de clima também devem chegar até eles”, acrescentou.
Impactos das mudanças climáticas em 2024
Dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) na terça-feira (18) indicam que a temperatura média global em 2024 foi cerca de 1,55°C superior à média registrada entre 1850 e 1900. Além disso, a concentração de gás carbônico (CO₂) e outros gases de efeito estufa atingiu o nível mais alto dos últimos 800 mil anos.
A elevação do nível do mar e o aumento da temperatura dos oceanos também foram destacados pelos pesquisadores. Em 2023, a temperatura das águas oceânicas atingiu o maior patamar em 65 anos de registros observacionais. Entre 2005 e 2024, a taxa de aquecimento dos oceanos foi mais que o dobro da observada entre 1960 e 2005. O nível do mar, que subia a uma média de 2,1 mm por ano entre 1993 e 2002, passou a subir 4,7 mm anuais entre 2015 e 2024.
A necessidade de ações efetivas e contínuas no enfrentamento das mudanças climáticas reforça a importância de medidas permanentes, alinhadas aos compromissos internacionais, para garantir avanços na mitigação dos impactos ambientais.
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