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Depois da posse de Lula, apoiadores de Bolsonaro deixam quartel do Exército em Brasília

A posse do presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) levou a atividade dos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro (PL) em frente ao QG do Exército, em Brasília, quase ao zero. O caminhão de lixo recolhendo entulhos materializava o desmonte do acampamento nesta segunda-feira, 2, de manhã.

A área em frente ao palco do acampamento, sempre cheia de pessoas em cadeiras de praia, estava vazia. Um único homem olhava ao redor. As marchas militares tocadas a todo momento, como a canção do expedicionário e o hino a bandeira, cessaram.

Ônibus chegaram para levar os que protestavam contra vitória de Lula nas Eleições 2022

Parte dos bolsonaristas acampados em frente ao quartel-general do Exército em Brasília começou a se desmobilizar ainda no domingo (1º), dia da posse do presidente Lula. Cinco ônibus estacionaram às proximidades do acampamento ao longo da manhã de ontem, 1, para levar embora manifestantes que estão há semanas no local.

Acampamento – Inconformados com a derrota eleitoral imposta a Jair Bolsonaro (PL), eles defenderam desde pouco depois do fim do segundo turno um golpe militar que impedisse a posse de Lula. No início da tarde, havia cerca de 200 pessoas no local.

De acordo com militares que acompanham a movimentação, um dos fatores que contribuiu para a desmobilização foi a viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos na sexta-feira, dia 30. O agora ex-presidente deve permanecer um mês nos EUA.

O fato de ter deixado o país em meio aos apelos de seus apoiadores por um ato que impedisse a posse de Lula virou motivo de crítica para alguns bolsonaristas, que se viram abandonados com o gesto.

Apoiadores do ex-presidente xingaram e o chamaram de covarde após a live de despedida nesta sexta-feira (30). Parte deles acompanhou a transmissão em frente ao Palácio da Alvorada, a residência oficial, e deixou o local após o discurso.

No acampamento montado na porta do QG do Exército, manifestantes afirmaram que Bolsonaro não pediu a eles que regressassem para casa e prometeram seguir mobilizados.

Violência – A escalada da violência nos atos antidemocráticos liderados por bolsonaristas fez desmoronar o discurso público do então presidente Bolsonaro e de seus aliados, que destacavam as manifestações como ordeiras e pacíficas e buscavam associar protestos violentos a grupos de esquerda.

Com casos de violência que incluem agressões, sabotagem, saques, sequestro e tentativa de homicídio, as manifestações atingiram seu ponto crítico e acenderam o alerta das autoridades, que realizaram prisões e investigam até possível crime de terrorismo.

Os responsáveis poderão ser punidos na Justiça com base na Lei Antiterrorismo, legislação que os próprios bolsonaristas tentaram endurecer visando punir manifestantes de esquerda.

Fonte: Folha Press

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