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Damares Alves admite que mente sobre denúncia de exploração sexual de crianças no Marajó

A ex-ministra e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) admitiu nesta quinta-feira, 13, em entrevista à Rádio Bandeirantes, que mentiu ao dizer que o governo Jair Bolsonaro (PL) teria recebido registros de crianças vítimas de estupro na Ilha de Marajó, no Pará.

No último domingo, 9, em um culto evangélico, ela falou da existência de uma suposta rede de tráfico e crimes sexuais contra crianças paraenses. “Nós temos imagens de crianças de 3 e 4 anos que, quando cruzam as fronteiras, tem seus dentes arrancados para não morderem na hora do sexo oral”.

Agora, Damares admite que sua declaração tem como base “conversas com o povo na rua”. “O que eu falo no meu vídeo são as conversas que eu tenho com o povo na rua. Eu não tenho acesso, os dados são sigilosos, mas nenhuma denúncia que chegou na ouvidoria (do ministério) deixou de ser encaminhada”.

Ministério PúblicoO Ministério Público do Pará (MPPA) solicitou, na terça-feira, 12, à ex-ministra Damares Alves (Republicanos), eleita senadora pelo Distrito Federal, informações sobre as denúncias que fez nas redes sociais de tráfico infantil e crimes sexuais na Ilha de Marajó, no norte do Estado. 

No fim de semana, a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos afirmou, em vídeo publicado nas redes sociais, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) ordenou medidas para o resgate das crianças que teriam sido traficadas.

“Fomos para a Ilha do Marajó e, lá, descobrimos que nossas crianças estavam sendo traficadas. Nós descobrimos que essas crianças comem comida pastosa para o intestino ficar livre para a hora do sexo anal. Bolsonaro disse: ‘Nós vamos atrás de todas elas’. E o inferno se levantou contra esse homem”, disse Damares Alves. 

Sem denúncia – O Ministério Público, no entanto, informou por meio do ofício que até o momento “nenhum dos fatos relatados pela ex-ministra Damares Alves foi encaminhado formalmente aos promotores de Justiça que atuam na região do Marajó”. 

Agora, a aliada de Bolsonaro tem até cinco dias para enviar as informações que confirmem a existência do tráfico de crianças para fins sexuais na região. 

O ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), encaminhou para a Justiça Federal do Pará uma notícia-crime contra a ex-ministra e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) pelas afirmações feitas por ela, em um culto no último fim de semana, de possíveis crimes de violência sexual contra crianças na Ilha de Marajó (PA) que não teriam sido investigados

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