Depois da repercussão das denúncias da ex-ministra e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) — de que há tráfico sexual e casos graves de abuso infantil em Marajó (PA) — no sábado 8, o senador eleito Magno Malta (PL-ES) sugeriu a abertura de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia.
“Acho que agora já pode (ter acesso). Quando a gente tomar posse, nós podemos resgatar esse relatório”, disse Malta. O documento mostra, segundo ele, que crianças são colocadas “em barquinhos pelos seus pais, vai para a grande embarcação sozinha, sobe, é abusada, desce com um quilo de sal, ou um quilo de arroz; passageiros abusam, estrangeiros abusam e existe realmente tráfico”.
“Vamos investigar, então. Damares não falou nada de inverdade. Tem informação e tem documento. Eu investiguei. E está tudo lá num relatório, dentro de um cofre no Senado”, completou o senador eleito.
No vídeo, Malta menciona o bispo da Ilha do Marajó, dom José Luiz Azcona, que há mais de uma década denuncia o abuso de crianças e adolescentes e a inércia das autoridades em adotar providências efetivas para acabar com o crime. Na época da CPI da Pedofilia, disse à Agência Câmara que “foram publicadas reportagens e todo mundo sabe da exploração sexual de menores em Marajó, na rota entre Breves e a Guiana Francesa, mas ninguém faz nada”.
A polêmica sobre pedofilia começou quando Damares, em um discurso na Igreja Assembleia de Deus, em Goiânia (GO), no sábado 8, disse que crianças são traficadas para o exterior e são submetidas a mutilações corporais e a regimes alimentares que facilitam abusos sexuais e que “explodiu o número de estupros de recém-nascidos”.