Uma polêmica surgiu na Universidade Federal do Pará (UFPA) após Verena Freire, uma jovem caloura, denunciar nas redes sociais que foi injustamente indeferida pela banca de heteroidentificação da instituição. Verena se inscreveu em uma vaga reservada para pessoas negras/pardas, mas a banca não aceitou sua inscrição.
Em seu relato online, Verena relatou que se declarou “negra de cor parda” durante a entrevista de heteroidentificação, na qual um grupo de pessoas julgou e decidiu negar sua entrada na UFPA.
“Negra de cor parda’, assim me declarei diante da banca de heteroidentificação da Universidade Federal do Pará depois de ser aprovada no curso que tanto queria. O que deveria ser apenas um processo burocrático se tornou uma ameaça ao sonho que idealizei”, lamentou.
Verena teve sua inscrição indeferida na primeira banca e entrou com recurso para ser reavaliada por uma segunda banca, aguardando agora o resultado com ansiedade.
“Constrangimento, angústia e medo foram os sentimentos presentes durante esse processo. Agora me encontro esperando um resultado que vai definir minha vida acadêmica”, disse Verena, aflita.
A jovem também expressou indignação com a situação, criticando a exposição dos candidatos a tal humilhação e questionando o propósito das bancas de heteroidentificação, que deveriam visar evitar fraudes, não atuar como tribunais de raça.
“É totalmente irresponsável da parte da UFPA expor seus candidatos a tamanha humilhação, visto que as bancas de heteroidentificação foram criadas para evitar fraudes e não para atuar como tribunal de raça. Fui aprovada dentro das cotas raciais e me orgulho disso, afinal, é meu direito e estou apenas tentando exercê-lo. Venho expor minha indignação e frustração com uma instituição que tanto sonhei em fazer parte”, concluiu Verena.