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Conheça o que significam os nomes de bairros populares em Belém

Poucos moradores de Belém conhecem a origem dos nomes dos bairros onde vivem. O pesquisador paraense Heber Gueiros publicou no perfil dele no Twitter uma relação dos nomes dos bairros da capital paraense e o que eles significam. “A maioria remete à história da formação do núcleo urbano de Belém”, disse Gueiros.

Conheça o significado do nome de alguns dos bairros de Belém:

Cremação – O bairro teve origem no antigo forno crematório construído durante a administração do intendente Antônio Lemos. Foi o primeiro forno crematório da América Latina, implementado junto com outras medidas de saneamento para a cidade. O propósito do forno era queimar lixo produzido na cidade.

Campina – O bairro se formou onde o comércio era mais representativo em Belém no século 17, nas redondezas da então chamada praia da Campina, onde hoje é o mercado de ferro do Ver-o-Peso. A atividade comercial se intensificou durante a Belle Époque, e muitos o chamam de Comércio.

Reduto – O bairro ganhou esse nome devido a um antigo forte militar, conhecido como Reduto de São José, construído no século 18 para impedir invasões e ocupar essa área da cidade que, na época, era bastante alagadiça. No século 19, formou-se na área uma importante movimentação comercial e industrial.

Terra Firme – O nome Terra Firme vem da história do bairro, que no período de sua ocupação era uma área alagada pelo rio Tucunduba com travessia feita através de pontes improvisadas pelos moradores, que foram aterrando o local tornando-o efetivamente “firme”. O nome veio com a ironia dos moradores.

Tapanã – Antes conhecido como “Pouso do Tapanã”, o bairro que hoje tem o mesmo nome começou a ser ocupado durante o “Ciclo da Borracha”. Era uma área inicialmente composta por grandes fazendas. Uma propriedade, em particular, era muito conhecida: a hospedaria Tapanã. Também conhecida como “Hospedaria do Diabo” ou “Hospedaria do Inferno”. Isso porque os “soldados da borracha”, a maioria nordestinos, sofreram todo tipo de maus-tratos naquele lugar.

Benguí – Na Estrada de Ferro Belém-Bragança havia o ramal que ligava o Entroncamento à vila do Pinheiro (hoje, Icoaraci). Às margens do ramal, moravam dois ingleses chamados Benjamim e Guilherme. No local, foi afixada a placa escrito BEN e GUI, para que os maquinistas parassem diariamente.

São Brás – O nome teve origem no culto que o povo paraense devotava ao glorioso São Brás, protetor das doenças da garganta, cuja procissão saía da igreja das Mercês para a de Nazaré. Também teria sido o nome de um sítio/fazenda localizado nas proximidades da atual avenida Governador José Malcher

Jurunas – Seu nome é originário da tribo indígena dos Jurunas, ou Yudjá, que em tupi-guarani significa “bocas pretas”, devido às pinturas características desse povo. Além do nome do bairro, outras ruas também receberam nomes inspirados em tribos indígenas

Telégrafo – O nome se originou do telégrafo sem fio instalado na região. Antes, tinha a denominação de São João do Bruno.

Guamá – O nome foi dado pela sua proximidade com o rio Guamá, que significa “rio que chove”.

Pedreira – O bairro foi o local escolhido pelo brigadeiro Francisco Andrea para o desembarque das tropas imperiais que iriam combater os rebeldes cabanos que tomaram Belém. O nome do bairro está supostamente ligado às pedras que existiam nas imediações, originalmente, chamado de Pedreira do Guamá.

Umarizal – O nome se deve ao umari, uma árvore de fruta silvestre, típica do Pará, que existia em abundância no local à época de sua colonização. Grande parte das ruas do bairro foi nomeada em homenagem aos rebeldes que fizeram no Pará campanha de Independência do Brasil, como D. Romualdo de Seixas e D. Romualdo Coelho.

Curió-Utinga – É o maior bairro de Belém, que faz limite com Ananindeua. Fez parte dos bairros Souza e Marco. Só em 1996 foi sancionada lei de sua criação. O nome tem duas origens: uma, histórica, o engenho Utinga, e uma homenagem a um personagem que morava ali, Francisco Curió.

Marco – O bairro foi criado no governo de Antonio Lemos, durante o “Ciclo da Borracha”, o primeiro com traços planejados. É onde se encontra o Marco da Légua, um marco regulatório que demarcava a primeira légua patrimonial de Belém. Esse marco ainda existe e fica no canteiro central da avenida Almirante Barroso, próximo à avenida Dr. Freitas.

Canudos – Homenagem à presença da força policial do Pará na campanha de Canudos, contra o movimento liderado por Antônio Conselheiro, quando os paraenses contribuíram para a derrota daquele arraial no sertão da Bahia. Teve grande influência da imigração nordestina, por isso que existe nesse bairro a avenida Ceará.

Conjunto Satélite – Não é bairro, mas vale mencionar. Iniciado nos 70, pelo Ipasep, o projeto seria uma reunião de conjuntos, com 1.700 casas para os servidores do estado do Pará, originalmente com nome “Nuneslândia” (em alusão ao ex-governador Alacid Nunes). Sem conclusão, ficou conhecido como “Cidade Satélite”.

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