Canaã dos Carajás foi reconhecido como o município mais desenvolvido do Pará, segundo o novo levantamento do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). O estudo, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), considera dados de 2023 e leva em conta os indicadores de educação, saúde e renda para medir o desenvolvimento de mais de 5.500 municípios brasileiros.
Com nota 0,6742 em uma escala que vai de 0 a 1, Canaã atingiu seu melhor desempenho histórico desde 2013, quando registrava 0,4748. O avanço de mais de 42% em uma década é atribuído à expansão do setor mineral, geração de empregos formais e aumento da renda média local. Mesmo ainda distante dos municípios mais desenvolvidos do país, como Águas de São Pedro (SP) e Curitiba (PR), Canaã se destaca como exemplo de crescimento consistente no Pará.
Atualmente com quase 100 mil habitantes, Canaã é a única cidade brasileira a dobrar sua população em dois censos consecutivos, conforme dados do IBGE. Ainda que esteja na 1.793ª posição no ranking nacional, o município encabeça a lista paraense, ultrapassando até a capital Belém.
Por outro lado, Parauapebas enfrenta seu pior momento nos rankings. A cidade, que já foi símbolo de riqueza devido à mineração, amarga agora a posição 2.415ª no país, com IFDM de 0,6332. A queda reflete anos de má gestão e falta de planejamento, mesmo após a entrada de quase R$ 30 bilhões nos cofres públicos desde sua emancipação. Com 300 mil habitantes, Parauapebas convive com índices alarmantes em saúde, educação e saneamento básico, além de uma crescente informalidade no mercado de trabalho.
Marabá também aparece com desempenho acima de Parauapebas, marcando 0,6349 no índice e evidenciando avanços na educação e geração de renda, apesar dos desafios em infraestrutura urbana.
O panorama estadual ainda é preocupante. O Pará segue entre os estados com maior número de cidades em situação crítica ou de baixo desenvolvimento. Nenhum município paraense figura entre os 259 com alto grau de desenvolvimento (nota acima de 0,8). Pior: entre os dez piores do Brasil, quatro são do Pará — Oeiras do Pará, Limoeiro do Ajuru, Melgaço e Curralinho — reforçando os contrastes dentro do próprio estado.



