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Artistas mantêm silêncio sobre aumento das queimadas na Amazônia em 2024

Em meio a uma das piores temporadas de queimadas registradas na Amazônia nos últimos 17 anos, o silêncio de artistas que antes se posicionavam como defensores do meio ambiente tem gerado questionamentos. O corredor de fumaça resultante dos incêndios já afeta 10 estados brasileiros, e apesar da ampla cobertura midiática sobre a situação, a mobilização de figuras públicas, comum em anos anteriores, não se repetiu em 2024.

Em 2021, o Greenpeace Brasil reuniu mais de 30 artistas para lançar a “Canção para a Amazônia”, uma iniciativa de ativismo ambiental que ganhou grande visibilidade. Nando Reis, coautor da música, e outros participantes da campanha se mostraram vocalmente críticos ao governo da época, atribuindo à gestão o agravamento da crise ambiental. Naquele contexto, a arte foi usada como ferramenta de resistência contra políticas consideradas prejudiciais ao meio ambiente.

No entanto, com a mudança de governo, a intensidade das críticas e a presença de artistas em campanhas semelhantes parecem ter diminuído. O cantor Nando Reis, que outrora destacou a gravidade da situação na Amazônia, não tem se manifestado da mesma forma diante do cenário atual. O silêncio contrasta com suas declarações de 2021, quando afirmou que a devastação da floresta representava “bem a catástrofe climática que estamos vivendo”.

Além disso, a porta-voz da Campanha da Amazônia do Greenpeace, Carolina Marçal, que em 2021 criticou veementemente o que chamou de “agenda anti-ambiental destrutiva” do governo anterior, também não tem sido tão presente no debate público quanto antes.

A crise das queimadas na Amazônia em 2024 ocorre paralelamente a outras questões ambientais graves, como o aumento do desmatamento e as denúncias sobre a situação dos povos indígenas, incluindo os Ianomâmis. Apesar das promessas de proteção ambiental durante a campanha eleitoral, os resultados têm sido decepcionantes para muitos dos que esperavam uma gestão mais eficaz.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem atribuído a crise a uma combinação de fatores, incluindo mudanças climáticas e o fenômeno El Niño, além de responsabilizar gestões anteriores. No entanto, a postura menos combativa em relação ao governo atual, tanto por parte da ministra quanto de artistas outrora engajados, reforça a percepção de que o ativismo ambiental pode ter sido instrumentalizado politicamente em momentos passados.

Enquanto isso, a Amazônia continua a sofrer com a devastação, e a falta de uma resposta contundente dos que antes se diziam comprometidos com a causa ambiental e mostra uma lacuna preocupante entre discurso e ação.

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