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Aproximação entre esquerda e centro marca segundo turno em Belém

Candidatura de Igor Normando (MDB) ganha apoio de partidos de esquerda para enfrentar Eder Mauro (PL)

A eleição para a Prefeitura de Belém, capital do Pará, caminha para uma disputa polarizada entre os candidatos Igor Normando (MDB) e Delegado Eder Mauro (PL) no segundo turno. Embora Normando conte com uma base de apoio majoritariamente de centro e centro-direita, o segundo turno tem revelado uma aproximação com partidos de esquerda, que optaram por apoiar o emedebista, na tentativa de barrar o avanço de seu oponente, que recebe suporte do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Igor Normando, que obteve 44,9% dos votos válidos no primeiro turno, desponta como favorito nas pesquisas de intenção de voto. Ele é apoiado pelo governador Helder Barbalho (MDB), seu primo, e conta com uma coalizão que reúne partidos de centro, como o próprio MDB, e de centro-direita. No entanto, a fase final da campanha foi marcada pela adesão de legendas de esquerda, que decidiram apoiar Normando, ainda que em condições diferentes.

Apoio crítico do PSOL e adesão da frente de Esquerda

O atual prefeito, Edmilson Rodrigues (PSOL), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno com 9,8% dos votos válidos, declarou um “voto crítico” em Igor Normando. Segundo o prefeito, a decisão visa impedir uma possível vitória de Eder Mauro, mas não se trata de um apoio formal. “Ele [Edmilson], como ser humano, teve uma gestão ruim, mas, como cidadão, declarou voto em alguém que pudesse combater o que existe de pior na política neste segundo turno”, afirmou Normando.

Em contraste, a federação composta por PT, PV e PC do B declarou apoio irrestrito ao candidato do MDB. O Partido dos Trabalhadores, em especial, mantém uma relação próxima com a família Barbalho, tendo apoiado a reeleição de Helder Barbalho ao governo em 2022. Jader Filho, irmão de Helder, ocupa o cargo de ministro das Cidades no governo do presidente Lula.

Eder Mauro busca atrair eleitores de esquerda

Mesmo enfrentando o fortalecimento da candidatura de Normando com o apoio de partidos de esquerda, Eder Mauro não desistiu de tentar dialogar com eleitores progressistas. Em entrevistas recentes, o candidato do PL criticou a forma como Helder Barbalho teria “massacrado” a esquerda no estado e argumentou que os eleitores dessa corrente deveriam reconsiderar seu voto. “Tenho certeza que a esquerda vai pensar nisso e não vai querer acompanhar alguém que está enterrando eles mesmos”, declarou.

Apesar da tentativa de Eder Mauro de angariar apoios de diversas vertentes ideológicas, o PL já considera sua candidatura um sucesso. Nos bastidores, o partido o enxerga como um forte nome para concorrer ao Senado em 2026, independentemente do resultado das urnas no próximo dia 27 de outubro.

Cenário político e a força do clã Barbalho

A influência da família Barbalho continua sendo um fator decisivo nas eleições do Pará. Helder Barbalho, Jader Filho e o senador Jader Barbalho (MDB) mantêm forte presença na política local, com papel central nas articulações que podem definir o futuro do estado nos próximos anos. A postura de Normando, com críticas pontuais à gestão de Edmilson, mas reforçando sua aliança com o governo estadual, reflete a complexidade do cenário político em Belém.

A eleição promete uma disputa acirrada, em que alianças e rivalidades entre centro, direita e esquerda moldam o debate eleitoral na capital paraense.

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