Amazônia registra recorde de incêndios em 17 anos, enquanto governo foca em taxação global
Com mais de 59 mil focos de incêndio desde janeiro, gestão ambiental do governo Lula enfrenta críticas por priorizar arrecadação em vez de ações concretas.
A Amazônia vive uma das piores crises ambientais das últimas duas décadas. Desde janeiro deste ano, já foram registrados mais de 59 mil focos de incêndio, o maior número em 17 anos. Esse cenário alarmante acontece em meio a uma nova estratégia do governo federal, que, em vez de concentrar esforços na contenção dos incêndios, tem voltado sua atenção para a criação de uma taxação global sobre os super-ricos como forma de financiar políticas ambientais.
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, defende a proposta de arrecadar até R$ 260 bilhões por ano para combater as mudanças climáticas por meio de uma taxação internacional. Segundo Marina, “Nos últimos quatro séculos, o mundo transformou a natureza em dinheiro, uma necessidade, porque as pessoas vivem daquilo que produzem. No entanto, agora vamos ter que pegar parte desse dinheiro e investir para recuperar a natureza e preservar o que ainda existe”, afirmou em entrevista à CNN Brasil. A proposta, que já recebeu apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apelidado de “Taxad”, será apresentada pelo Brasil na presidência do G20.
A estratégia de arrecadação global, no entanto, contrasta com a situação crítica da Amazônia, onde os incêndios têm devastado grandes áreas da floresta. A fumaça já se espalhou para estados como Amazonas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Acre, Rondônia, o oeste do Paraná, parte de Minas Gerais e até trechos de São Paulo.
O aumento expressivo dos incêndios na Amazônia ocorre justamente no governo que, durante a campanha eleitoral, criticava o ex-presidente Jair Bolsonaro por sua suposta inação na proteção ambiental. Agora, sob a gestão de Lula, o Brasil enfrenta o maior número de queimadas desde 2008.