O Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do MPPA (GAECO), cumpriu nesta terça-feira, 26, mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva, publicados pelo Juízo da Vara de Combate ao Crime Organizado do Tribunal a um advogado (que não teve a identidade revelada) envolvido com facção criminosa.
A Operação Pombo II, desdobramento da Operação Pombo I, tem fundamento investigatório criminal instaurado pelo GAECO em 3 de maio de 2022, para apurar a relação ilícita de advogados com integrantes de facções criminosas que se encontram presos em estabelecimentos prisionais paraenses.
No decorrer de um ano, a investigação realizada no contexto da Operação Pombo conseguiu confirmar a relação criminosa entre integrantes presos da facção Comando Vermelho e o advogado, o qual vinha funcionando como “mensageiro”, exercendo ilegalmente a advocacia, servindo de elo entre faccionados presos e faccionados soltos, repassando as informações obtidas através das visitas realizadas em estabelecimentos prisionais no Estado do Pará.
Diante disso, um pedido fundamentado realizado na Operação Pombo I, o GAECO pediu e obteve mandados de busca e apreensão pessoal, concedidos pelo Juízo da Vara de Combate ao Crime Organizado do TJPA, no qual o cumprimento resultou na apreensão de bilhetes manuscritos, aparelhos eletrônicos, dentre os quais um relógio smartwatch utilizado para gravar as mensagens durante as visitas carcerárias, com o objetivo de repassá-las aos faccionados em liberdade.
Os bilhetes manuscritos eram destinados a diversos integrantes da facção criminosa, dentre eles, David Palheta Pinheiro, vulgo “Bolacha”, e o próprio presidente Leonardo Costa Araújo, vulgo “L-41”, os dois se encontram atualmente foragidos no Estado do Rio de Janeiro.
Nesse sentido, cabe ressaltar a contribuição da Polícia Científica do Estado do Pará, que foi determinante para o sucesso da investigação, uma vez que os bilhetes manuscritos encontrados com um dos advogados foram submetidos à realização de perícia grafodocumentoscópica , que é um exame grafotécnico de unicidade de punho, que comprova o envolvimento dos advogados com a facção criminosa, além da perícia de fonética relacionada à extração do conteúdo dos aparelhos eletrônicos apreendidos.
O mandado de prisão preventiva foi obtido após o GAECO apresentar evidências à Justiça, devidamente descritas. É importante lembrar, que as forças de segurança do Estado do Pará têm sido alvos constantes dos ataques ordenados por integrantes de facções criminosas, onde há vários registros de crimes contra policiais penais, o que serviu de embasamento para decretar a prisão preventiva.



